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Mercado de massas não deve cobrir perdas do segmento VIP em Macau

A presidente executiva da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) admitiu hoje que o crescimento do mercado de massas não deverá amortizar por completo a recente diminuição das receitas provenientes das grandes apostas (VIP).

“Pode compensar parcialmente, mas em termos globais, e apesar de estarmos a trabalhar para isso, há a possibilidade de que não seja possível”, afirmou Daisy Ho, em declarações aos jornalistas à margem da inauguração de uma exposição no hotel-casino Grand Lisboa.

No terceiro trimestre do ano, a SJM registou receitas provenientes do jogo no valor de 8,240 mil milhões de dólares de Hong Kong (950 milhões de euros), uma diminuição de 3,2 por cento relativamente aos meses de julho a setembro de 2018.

A quebra deveu-se, em grande parte, à diminuição das receitas provenientes das grandes apostas: 2,9 mil milhões de dólares de Hong Kong (330 milhões de euros), quando no ano passado esse valor cifrou-se em 5,04 mil milhões de dólares de Hong Kong (580 milhões de euros). Em contrapartida, as receitas do segmento de massas aumentaram, no mesmo período em análise, 12,1 por cento para 6,31 mil milhões de dólares de Hong Kong.

Ainda assim, o grupo fundado pelo magnata do jogo Stanley Ho obteve, no terceiro trimestre deste ano, lucros de 738 milhões de dólares de Hong Kong (85 milhões de euros), um aumento de 4,5 por cento em relação ao período homólogo de 2018.

Por outro lado, a responsável da SJM afastou a possibilidade de Macau vir a sofrer uma contração tão forte como a de Hong Kong, que entrou este mês em recessão técnica, ao fim de quase cinco meses de protestos antigovernamentais.

“Penso que a recessão em Hong Kong é causada por questões políticas, dificilmente Macau irá sofrer a mesma recessão. No geral, o crescimento é menor, mas será estável se comparado com o de Hong Kong”, declarou.

Recentemente, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em baixa as previsões para Macau, já que em abril antecipava um crescimento acima dos 4 por cento para este ano e, no relatório mais recente, indicou uma recessão de 1,3 por cento e nova contração da economia, de 1,1 por cento, em 2020.

Segundo a chefe da missão do FMI em Macau Mariana Colacelli, o que mais contribuiu para a viragem das previsões foi a diminuição dos investimentos e exportações, por sua vez afetados pelo “turismo do jogo”.

“Projetamos uma contração para 2019, já que as receitas do jogo são afetadas negativamente pelo crescimento lento da China. Além disso, a incerteza criada pelo fim das licenças de jogo em 2022 terá de ser resolvida para que o investimento recupere”, considerou, em nota enviada à Lusa em 21 de outubro.

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