Economia

Mercado acionista em Wall Street cai com subida da taxa de juro no obrigacionista

O mercado acionista nova-iorquino fechou hoje claramente em baixa, com os investidores abalados pela forte e repentina subida da taxa de juro no mercado obrigacionista.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o seletivo Dow Jones Industrial Average perdeu 0,75 por cento, para os 26.627,48 pontos, depois de cinco sessões consecutivas de alta.

A maior queda foi, contudo, apresentada pelo tecnológico Nasdaq, que recuou 1,81 por cento, para as 7.879,51 unidades.

Já o alargado S&P500 cedeu 0,82 por cento, para os 2.901,61 pontos.

A taxa de juro dos títulos de dívida pública dos Estados Unidos da América a dez anos, depois de uma forte subida na quarta-feira, manteve hoje a tendência, atingindo os 3,2 por cento pela primeira vez desde 2011.

Da mesma maneira, a taxa de juro dos títulos de dívida pública dos EUA a 30 anos atingiu os 3,99 por cento, o nível mais alto desde 2014.

Esta subida acompanha logicamente a elevação em curso da taxa de juro decidida pela Reserva Federal, perante a saúde da economia norte-americana.

Os indicadores do dia confortaram esta perspetiva, com os pedidos semanais de subsídio de desemprego a descerem mais do que previsto na semana terminada em 29 de setembro, enquanto as encomendas à indústria progrediram mais do que esperado em agosto.

Mas alguns inquietaram-se com esta tensão súbita no mercado obrigacionista.

Com efeito, a subida da taxa de juro aumenta os custos dos empréstimos para os investidores, que têm beneficiado, em muito, nos últimos anos, do dinheiro barato para financiar os seus investimentos.

Por outro lado, vai também encarecer os créditos ao consumo e os imobiliários efetuados pelos particulares, bem como as despesas de investimento das empresas.

Ao mesmo tempo, “os investidores questionam-se de onde virão as despesas, se as pessoas se mostrarem reticentes na contração de novos empréstimos”, sublinhou JJ Kinahan, da TD Ameritrade.

A subida das taxas de juro torna mais interessantes as aplicações no mercado obrigacionista, eventualmente à custa do mercado de ações.

Em todo o caso, lembrou Karl Haeling, da LBBW, a subida das taxas de juro é o reflexo de uma economia em forma.

“O que está a perturbar os investidores é a rapidez com que está a ocorrer”, considerou.

Os investidores foram também influenciados pelo intensificar das tensões entre Washington e Pequim.

Nas revelações da agência Bloomberg – segundo as quais a China utilizou minúsculos ‘chips’ informáticos em computadores fabricados na China para tentar roubar segredos tecnológicos dos EUA e, por outro lado, o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, que acusou Pequim de querer influenciar as eleições legislativas em novembro -, “há um pequeno lado de guerra fria”, que alimenta o nervosismo dos investidores, disse.

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