Mundo

Menino que tinha feto de irmão gémeo alojado no abdómen operado no Peru

fetus_in_fetuUma criança do Peru, de 3 anos de idade, foi submetido a uma operação para remover o feto do seu irmão gémeo, que estava alojado no abdómen. Trata-se de mais um caso de fetus in fetu, um problema raro, que ocorre durante a gestação. Isbac Pacunda está bem, depois de uma cirurgia “bem sucedida”, segundo o pediatra.

A operação de Isbac Pacunda ocorreu sem complicações e o menino encontra-se a recuperar, sem complicações, depois de remover o feto do seu irmão gémeo, que se alojou na zona do abdómen.

Isbac Pacunda queixava-se de dores fortes na zona do estômago, até que lhe foi diagnosticado o problema. Acabou por ser operado, com sucesso, e está agora em recuperação no Hospital Las Mercedes de Chiclayo, localizado no Peru.

O feto estava ligado a um rim, o que complicou a cirurgia. No entanto, a operação “foi bem sucedida”, segundo o pediatra Carlos Astocondor, responsável pela cirurgia.

Fetus in fetu é uma anomalia que ocorre uma vez em cada 500 mil nascimentos, antes da divisão do óvulo, depois da fecundação. A vida de um fetus in fetu assemelha-se a um tumor, na medida em que as suas células se pela actividade metabólica do organismo.

Em todos os casos de fetus in fetu não existe funcionamento de órgãos vitais, como o cérebro, coração ou os pulmões, além dos tratos gastrointestinal ou urinário. Não existe qualquer perspectiva de vida fora do gémeo hospedeiro. E o fetus in fetu representa uma ameaça para a vida do gémeo de acolhimento.

É um gémeo parasita, que cresce dentro de um hospedeiro e com o qual partilha a placenta. No entanto, depende o gémeo que o acolhe para viver. Como o fetus in fetu não tem órgãos essenciais, alimenta-se através do cordão umbilical e normalmente morre antes do nascimento.

Mas há em todo o mundo diversos casos diferentes. Alamjan Nematilaev, no Cazaquistão, foi o anfitrião sobrevivente de um fetus in fetu. Em 2003, com 7 anos, foi detetado um aumento anormal do abdómen. O que se pensava ser um quisto era, afinal, um fetus in feto, que tinha pernas, braços, pés, órgãos genitais e até cabeça.

Antes, em 1999, Sanju Bhagat, foi conhecido o caso de um indiano que carregou durante 36 anos um gémeo. Já em março de 2006, no Paquistão, uma bebé com um mês carregava dois fetos. No mesmo ano, mas em novembro, em Santiago do Chile, foi detetato um fetus in feto antes do nascimento.

No ano seguinte, um outro caso, num bebé de dois meses, que se revelou com um crescimento anormal do abdómen. Em 2008, outra menina com um mês de vida, na Indonésia, teve de ser operada ao que se julgava ser um tumor. Não era. Era um feto.

Nesta cronologia, em 2008, na Grécia, é removido da barriga de uma bebé de 1 ano um feto sem cabeça. Também se desconfiava de um tumor, o que não se verificou.

Esta rara história de Isbac Pacunda é mais um caso de um óvulo que não se dividiu. As operações são sempre delicadas e suscitam acompanhamento de perto na fase de recuperação.

Em destaque

Subir