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Menina de 11 anos sobreviveu a um cancro, mas não ao bullying

vitima-cancro-bullyingO bullying contínuo de que foi vítima, por causa do “sorriso deficiente” que ficou da luta contra o cancro, levou Bethany Thompson, de 11 anos, a pôr termo à própria vida.

Wendy Feucht, a mãe, está agora a fazer campanha para que esta tragédia, que culminou no dia 19 de outubro, sirva de alerta para o flagelo do bullying.

“Um grupo de rapazes da escola eram incansáveis, faziam tudo para a provocar. Ela reagia e ficava transtornada. Há um limite para o que se consegue aguentar e ela fartou-se”, lamentou a mãe.

A aparência de Bethany Thompson era o principal motivo de gozo entre os rapazes da Triad Middle School, no Ohio.

Devido a um cancro no cérebro, detetado em 2008 (aos 3 anos de idade), a menina teve de realizar vários tratamentos, incluindo radioterapia e cirurgias. O cancro foi derrotado, mas deixou marca num nervo facial, condicionando alguns movimentos do rosto, como sorrir.

Durante mais de um ano, um grupo de rapazes gozou com “o sorriso deficiente” da colega, levando-a ao limite.

“Para ela nunca foi um problema, mas acabou por se tornar um assunto sensível porque estavam sempre a implicar com isso”, explicou Wendy Feucht.

A 19 de outubro, quando ia para casa, no autocarro escolar, Bethany contou à melhor amiga que se iria matar quando chegasse a casa. A amiga ainda avisou um adulto, mas já era tarde: a menina pegara numa arma que estava na casa da família, foi para o pátio nas traseiras e tirou a própria vida.

“Foi um choque”, lembrou a mãe, a primeira a descobrir o corpo: “O que é que ela estava a pensar? O que poderia ser tão mau que ela não conseguia pensar em nada para o corrigir, nem pedir ajuda a quem a amava? Ela sentiu que tinha de terminar o assunto pelas próprias mãos. É triste e horrível que ninguém a tenha podido ajudar”.

“De certa forma, não sabíamos o que a Bethany teve de suportar. Tudo acontece por uma razão. É triste, mas se a morte dela acabar com o bullying é o preço que custa abrir os olhos das pessoas”, concluiu a mãe:

“Agora ela está no céu e não sofre mais. Um dia vou voltar a vê-la. É o que me conforta”.

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