Cem por cento. A concelhia do Porto do PSD foi a votos para definir o apoio a Menezes e o candidato à Câmara recebeu “100 por cento” dos votos, registo “inédito” que o presidente Ricardo Almeida insiste em salientar. Agora sem divisão interna, “o principal adversário é o PS”.
Luís Filipe Menezes viu ontem confirmado o apoio da concelhia do Porto para ser o cabeça de lista do PSD nas autárquicas para a Câmara portuense. Se dúvidas houvessem quanto à união dos sociais-democratas da ‘invicta’ a favor do atual autarca de Gaia (e eram várias, como alguns militantes não se coibiram de referir publicamente), a reunião de ontem à noite serviu para as desfazer: o nome de Menezes recebeu “através de voto secreto, em urna, 100 por cento dos votos”, como salientou Ricardo Almeida.
Para o presidente da concelhia do Porto, este apoio “inédito” dos militantes portuenses demonstrou que “Luís Filipe Menezes é o nosso candidato, mas, mais do que ser do PSD, eu julgo que Luís Filipe Menezes é o candidato do povo do Porto”.
Contadas as espingardas dentro do partido, o PSD vai agora sair para a rua tendo como “principal adversário o PS”, aditou Ricardo Almeida: “um PS que esteve no Governo e que desgraçou o país, um PS que teve como membro do Governo Manuel Pizarro, que é um dos principais responsáveis pelo enorme buraco na saúde. É esse mesmo rosto do despesismo do PS que é o nosso principal aniversário na Câmara do Porto”.
Para manter o controlo da Câmara do Porto, após os três mandatos de Rui Rio como presidente do executivo, o PSD terá de “crescer no centro-esquerda”, a área que “do ponto de vista estratégico” é fundamental para assegurar a maioria dos votos. É por isso que a campanha ‘laranja’ vai ter “abertura” a “todas as forças vivas da cidade do Porto que acreditem que este é um projeto vencedor e que se revejam na personalidade e na forma de fazer política de Luís Filipe Menezes”.
Ficou, assim, o convite ao CDS para renovar a coligação que há 11 anos ajudou a eleger Rui Rio, depois da concelhia centrista já ter anunciado que ia vetar o nome do atual presidente da Câmara de Gaia, a quem acusou de ter uma política despesista: “o CDS no Porto obviamente tem o seu peso, mas nada comparado com o peso do PSD, nem com o peso eleitoral do centro-esquerda. Propomo-nos a falar com as pessoas do Porto que normalmente não votam PSD, mas que provavelmente hoje estão disponíveis para votar Luís Filipe Menezes”.
“O povo está atento para aqueles que não são solidários, para aqueles que não são leais e sobretudo para aqueles que querem fazer política estando ora um dia com uns, ora um dia com outros”, salientou o presidente da concelhia do PSD, criticando a existência de “precipitações e antecipações de ‘timings’ para condicionar” o trabalho dos sociais-democratas.
Votado “a 100 por cento” pela concelhia, o nome de Menezes terá agora de ser aprovado pela comissão distrital alargada e, posteriormente, pela validada pela comissão política nacional do PSD.
