Mendes defende que aumento no IRS é “assalto fiscal à mão armada” para “matar classe média”
O antigo líder do PSD, Luís Marques Mendes, classifica o aumento do IRS, proposto pelo Governo, de “assalto à mão armada”. Na TVI24, Mendes acusou executivo de Passos Coelho de “brutalidade” e defendeu que chamar “agravamento” às mudanças no IRS é pleonasmo.
Marques Mendes foi extremamente duro na análise ao agravamento fiscal no IRS, imposto pelo Governo, para substituir a Taxa Social Única nas contribuições para a Segurança Social. Segundo o ex-presidente do PSD, o que o executivo de Passos Coelho fez foi uma “brutalidade”
“Estamos perante um assalto fiscal. Não se pode chamar agravamento fiscal, nem sequer aumento fiscal enorme, como argumentou o ministro das Finanças. Trata-se de uma espécie de assalto à mão armada feito ao contribuinte”, disse Luís Marques Mendes, em declarações reproduzidas no canal TVI24.
Marques Mendes, que é um dos conselheiros de Estado, não concorda com estas medidas do Governo do PSD e do CDS. “Estas medidas servem para matar a classe média”, argumentou o ex-presidente social-democrata, muito crítico e desapontado com a excessiva austeridade que deve provocar um efeito recessivo, com custos elevados para a economia.
Com estas medidas, Luís Marques Mendes prevê “mais recessão” e um aumento da atividade na economia paralela. “Haverá mais fuga aos impostos, aumentará o desemprego e o Estado terá de suportar mais prestações sociais”. Assim, acrescenta, haverá “maiores despesa na área social”, com “menos receita”, do lado fiscal.
Porém, Marques Mendes vai mais longe e compara a política de Pedro Passos Coelho com a do anterior Governo, liderado por José Sócrates, que o antigo presidente do PSD sempre criticara.
“Sempre apontei o dedo ao Governo anterior. Mas esta é a receita do PS, que defende um Estado grande e impostos altos”, referiu ainda Marques Mendes.
Recorde-se que o Governo, para conseguir a receita prevista com a Taxa Social Única, medida que entretanto abandonou, propôs uma redução de escalões do IRS, que vai resultar num aumento de impostos, além de uma sobretaxa de quatro por cento.