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“Memorando da troika baseou-se em cortes cegos na classe trabalhadora protegendo as elites” (vídeo)

Na sua primeira intervenção no Parlamento Europeu, Alexis Tsipras lançou recados ao FMI, alertando que o memorando de entendimento está errado e só contempla a faixa menos protegida da sociedade, as classes média e média baixa.

Numa intervenção para apresentar as suas propostas ao Eurogrupo sobre a reestruturação da dívida grega e de um novo empréstimo, Tsipras pediu aos deputados que o ouvissem antes de lançarem qualquer crítica.

Durante cerca de 17 minutos, o primeiro-ministro grego mostrou os números reais da Grécia. Falou no desemprego, na corrupção e no falhanço absoluto que foi o programa de resgate da troika.

“A Grécia está à beira da falência porque os anteriores governos Gregos criaram, durante muitos anos, um estado clientelar, apoiaram a corrupção, toleraram ou mesmo apoiaram a interdependência entre a política e a elite económica, e ignoraram a evasão fiscal de vastas quantidades de riqueza.”

Tsipras salientou ainda um estudo do Credit Suisse, onde mostra que 10 por cento dos gregos possuem 56 por cento da riqueza nacional e que essa percentagem de gregos, no período de austeridade e crise, não foi tocada, relegando para os restantes contribuintes o peso da dívida.

“Nenhuma das supostas reformas do memorando da troika melhorou, infelizmente, os mecanismos de coleta de impostos que desabaram apesar da ânsia de alguns ‘iluminados’, bem como de funcionários públicos justificadamente assustados. Nenhuma das supostas reformas procurou lidar com o famigeradamente conhecido triângulo de corrupção criado no nosso país há muitos anos.”

O primeiro-ministro grego lembrou ainda que o dinheiro emprestado, na prática, nunca chegou realmente ao povo grego, sendo dinheiro para ‘alimentar’ a banca.

“O dinheiro dado à Grécia – sejamos honestos -, nunca chegou  realmente ao povo grego. Foi dinheiro dado para salvar os bancos gregos e europeus”

Alexis Tsipras afirmou que o memorando de entendimento, quer na Grécia quer noutros países sob o escrutínio do FMI, como em Portugal, recaiu sempre sobre os mais fracos, não comtemplando as elites e o enriquecimento ilícito. Alias, o mesmo saliente que isso não está em parte nenhuma do memorando da troika.

Em baixo temos um vídeo (traduzido para Português do Brasil) com toda a sua intervenção no parlamento europeu. Intervenção que, aliás, valeu palmas por parte dos eurodeputados. A sua intervenção pode ser lida na íntegra aqui.

 

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