Economia

Medida “excecional”: 60 mil pessoas com dívidas perdoadas na Croácia

zoran milanovicO Governo da Croácia chegou a acordo com a banca, empresas de telecomunicações e autarquias. Graças a este “programa excecional”, mais de 60 mil cidadãos tiveram as dívidas perdoadas. É “um novo começo” para quem sofre uma recessão há seis anos.

Se em Portugal só passa fome “quem quer”, como ainda ontem afirmou Manuel Lemos, na Croácia há 327 mil pessoas que nem sequer podiam levantar dinheiro para comprar comida: tinham as contas bancárias e os bens congelados por causa das dívidas.

Hoje, mais de 60 mil cidadãos croatas acordaram sem dívidas. Graças ao programa “Um novo começo”, o Governo da Croácia estabeleceu um acordo, envolvendo a banca, as empresas de telecomunicações e as autarquias, para ‘apagar’ as dívidas dos cidadãos mais carenciados e permitir um ligeiro retomar da economia.

“Estamos muito orgulhosos por podermos oficializar uma medida social, que irá favorecer os mais pobres”, afirmou o primeiro-ministro, Zoran Milanovic, alertando de imediato que “este é um programa excecional”.

“Excecional” por dois motivos: pelos custos para o Estado croata, emagrecido por uma recessão que dura há seis anos, e porque há eleições ainda este ano.

A oposição já condenou o “populismo” do programa “Um novo começo” e lembrou as tensões que existem na União Europeia entre os defensores da austeridade, com a poderosa Alemanha à cabeça, e os que defendem uma renegociação da dívida, como é o caso da Grécia.

No entender do Governo, o perdão das dívidas vai permitir que as contas bancárias voltem a ficar ativas e que até os pobres possam contribuir para impulsionar, mesmo que apenas ligeiramente, o consumo interno e a economia croata.

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