Por prática da eutanásia, a Ordem dos Médicos (OM) abriu um processo disciplinar a Rui Moreno. O coordenador da Unidade de Cuidados Intensivos Neurocríticos do Centro Hospitalar de Lisboa Central assumiu “publicamente o que fez”, salientou o bastonário, e a OM “cumpriu a obrigação”.
Já está em curso o primeiro processo disciplinar por causa da eutanásia, o que tema que tomou de assalto o debate público nas últimas semanas.
Vários médicos e outros profissionais de saúde vieram admitir o conhecimento de casos, mas Rui Moreno, coordenador da Unidade de Cuidados Intensivos Neurocríticos do Centro Hospitalar de Lisboa Central, foi o primeiro a assumir publicamente a prática do suicídio assistido.
Em entrevista, Rui Moreno adiantou que acedeu ao pedido de um amigo que sofria de cancro do pâncreas.
Face às declarações, a OM apenas “cumpriu a sua obrigação”, como explicou o bastonário, José Manuel Silva, que não podia ignorar o caso depois do médico em causa “ter admitido publicamente o que fez”.
O resultado do processo disciplinar depende “dos prazos e dos resultados do inquérito”, até porque o crime (a eutanásia é, segundo a Lei em vigor, um crime semelhante a homicídio) pode já ter prescrito.
O bastonário aproveitou para frisar que “não há eutanásia nos hospitais” públicos, com as declarações em sentido contrário (como as bastonária da Ordem dos Enfermeiros e do médico Pereira Coelho) a resultarem da “confusão” de conceitos como eutanásia, distanásia e ortotanásia.