Comparação do preço dos medicamentos de venda livre nas Farmácias versus Parafarmácias
Um novo estudo da DECO PROTESTE, a maior organização portuguesa de defesa dos consumidores, analisou o preço de um cabaz de 26 medicamentos não sujeitos a receita médica em diferentes estabelecimentos farmácias, espaços de saúde das grandes superfícies, e parafarmácias, em todo o país. A conclusão foi que, nas farmácias, a amostra de medicamentos selecionada é mais cara – a diferença chega a ser 14% que nos outros canais de distribuição.
Desde que os medicamentos não sujeitos a receita médica deixaram de ser vendidos exclusivamente nas farmácias (passando, também, a estar disponíveis noutros pontos de venda autorizados, tais como em supermercados e parafarmácias), o preço deixou de ser fixado pelo Estado.
Desde então, a diferença de preços entre as grandes superfícies e as farmácias tem sido constante.
Alguns exemplos – Ben-u-ron, Daflon, Voltaren, que são alguns dos medicamentos mais vendidos em Portugal:
Estes são três dos 26 medicamentos que compõem a amostra do estudo. Segundo dados do Infarmed, as farmácias continuam a deter o maior volume de vendas (78% do mercado).
No entanto, na esmagadora maioria dos casos, o consumidor poupa mais se optar por comprar nos espaços de saúde dos hipermercados ou supermercados – aqui, os 26 medicamentos analisados custam no total cerca de 218€, em contraponto com as parafarmácias de rua (232€), e com as farmácias e farmácias online (245€ e 252€, respetivamente).
O mesmo medicamento, de acordo com a DECO PROTESTE, pode sofrer uma variação de preço considerável de distrito para distrito. Em Castelo Branco e Guarda, o cabaz custa em média 210€. Já em Beja, a média atinge os 252€. Traçando a média para Portugal Continental, estes 26 medicamentos custariam 237 euros.
“Na verdade, a diferença de preços entre as grandes superfícies e as farmácias tem sido constante ao longo dos anos. Foi exatamente o que aconteceu entre 2018 e 2023″, diz a DECO.
“A percentagem situa-se nos 14%, entre os preços praticados nas farmácias e os que as parafarmácias nas grandes superfícies apresentam. No entanto, existem exceções à regra e nem todas as parafarmácias responderam ao inquérito que serve de base ao teste. O consumidor deve estar atento para fazer as escolhas mais económicas”, alerta Susana Santos, Coordenadora da área da saúde da DECO PROTESTE.
“Este é um problema que se adiciona a outro”, acrescenta a mesma responsável. “O inquérito comparou os preços deste ano com os de 13 produtos analisados em 2018 e, em média, todos os medicamentos estão mais caros. Por exemplo, o Trifene 200, 20 comprimidos, que está 89% mais caro em 2023 por comparação com 2018. No atual momento de estrangulamento financeiro, estas variações de preço podem ser decisivas para que um consumidor possa ou não comprar medicação”, conclui.
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