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“Mataram o gajo”. Mensagens entre funcionários do SEF sobre a morte do cidadão ucraniano

Divulgadas mensagens entre funcionários do SEF, após a morte de Ihor Homeniuk, cidadão ucraniano que foi morto nas instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, num caso que envolve três inspetores, com alegada cumplicidade de outros 12.

O cidadão ucraniano Ihor Homeniuk terá sido vítima de homicídio por parte de três inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), já acusados pelo Ministério Público, com a alegada cumplicidade de outros 12 inspetores. O julgamento deste caso terá início em 20 de janeiro.

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, é ouvido hoje no parlamento sobre este caso, com a audição a acontecer na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, decorrente de pedidos do PSD e da deputada não-inscrita Joacine Katar Moreira (ex-Livre).

Também nesta terça-feira foram divulgadas alegadas mensagens trocadas entre funcionários do SEF, através do Whatsapp, onde se aborda a morte de Ihor Homeniuk.

“Quiseram fazer pouco ou quase nada. E quando foram fazer, deu nisto”, pode ler-se, nas mensagens divulgadas nas redes sociais. “Bahh, mataram o gajo”, reage um dos interlocutores.

Também nesta terça-feira, o Sindicato dos Funcionários do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SINSEF) manifestou-se preocupado com a restruturação do organismo, admitindo recear que o processo seja apressado pela pressão política causada pela morte de Ihor Homenyuk.

“É uma matéria que tem de ser analisada com muito mais calma, não pode ser de forma tão acelerada e tão em cima de um acontecimento que a todos nos deixou perplexos e tristes”, disse à agência Lusa o presidente do sindicato.

Artur Jorge Girão referia-se ao caso da morte do cidadão ucraniano Ihor Homenyuk, que morreu no espaço equiparado a Centro de Instalação Temporária do Aeroporto de Lisboa em março, e que sobretudo nas últimas semanas tem deixado o SEF debaixo de fogo.

Para o representante dos trabalhadores não policiais do SEF, a gravidade do caso pode estar a pressionar o Governo para uma restruturação apressada, mas o momento atual não é o mais adequado para esse trabalho.

“Estamos a trabalhar em cima de um cenário de enorme pressão e de enorme envolvência política. Acho que estas questões têm de ser tratadas noutro ambiente, menos crispado”, explicou, referindo também a aproximação da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, “em que o SEF tem uma participação importante”.

De acordo com o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, esta restruturação passa pela “separação de funções policiais e de funções administrativas no SEF, o que envolve uma redefinição do exercício de competências das várias forças de segurança”.

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