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Massacre dos texugos abre polémica no Reino Unido entre Governo e organizações de proteção

brian may texugos 210brian may texugosOs texugos são responsáveis pela transmissão de tuberculose bovina, diz o Governo britânico, agendando uma campanha de erradicação. As organizações de proteção animal acusam o executivo de ter “interesses escondidos” e prometem fazer o possível para evitar o “massacre”.

As autoridades sanitárias do Reino Unido estão a preparar uma grande campanha sobre os texugos: de controlo, diz o Governo, de massacre, acusam as organizações de proteção animal. Em causa está a propagação da tuberculose bovina, com os texugos a serem acusados pelas autoridades de serem o principal veículo do contágio.

Uma das figuras públicas que mais se tem insurgido contra “o massacre dos texugos” planeado pelo Governo britânico é Brian May. O guitarrista dos Queen, que é vice-presidente da Royal Society for The Prevention of Cruelty to Animals (RSPCA), fala em “interesses escondidos” por detrás da intenção do executivo: “a atual campanha contra a RSPCA é escandalosa. É tudo por dinheiro e poder, interesses escondidos, acordos e votos secretos”.

Brian May é um dos principais ativistas do Badger Night Walkers (“badger” é o nome em inglês para texugo), um grupo criado pela organização Badger Protection League em resposta ao anúncio, feito pelo Governo em abril, da campanha de controlo dos texugos agendada para o verão. O guitarrista Slash é outro dos músicos envolvidos numa iniciativa que tem cativado apoios em vários quadrantes, como ‘sir’ David Attenborough, o mais famoso repórter da vida animal e da natureza.

As organizações não-governamentais acusam ainda o Governo de pressão e de espionagem, referindo que as contas do Twitter estarão a ser vigiadas para intercetar a marcação de protestos e manifestações. Ao mesmo tempo, nos últimos dias têm crescido as acusações, por parte dos agricultores que se dedicam à criação de gado, de pressões efetuadas por ativistas, como “chamadas inoportunas, uso de alarmes próximos a propriedades, cartas abusivas” e até “um ataque incendiário”.

A guerra de palavras já transitou para a via judicial. Um juiz já emitiu uma ordem de restrição, proibindo os ativistas de se manifestarem nas áreas onde está prevista a campanha de controlo dos texugos. Como esta área é muito vasta, o presidente da associação britânica de agricultores, Peter Kendall, questiona a utilidade de uma decisão que é apenas “uma tentativa de parar com os protestos legítimos”, abrindo a porta a protestos ilegais e com piores consequências.

“Nós somos realmente chatos”, assume Jay Tiernan, o porta-voz do movimento ativista: “vamos usar todas as alíneas possíveis da legislação para tornar a vida deles num inferno”. “O protesto pode ser mal visto e desconfortável para os agricultores, mas o nosso direito fundamental de fazê-lo deve ser salvaguardado”, exige Mark Jones, veterinário e diretor executivo da Humane Society Internacional.

Ontem à tarde, Tiernan tornou-se no primeiro ‘preso político’ desta polémica, sendo detido sob a acusação de invasão de área proibida e de “atitude suspeita”.

O início da campanha estava previsto para ontem, nas áreas piloto de Somerset e Gloucestershire, mas os protestos conseguiram um adiamento temporário. Quando ocorrer, “o massacre dos texugos” deve exterminar a tiro mais de 5000 exemplares.

Mais, muitas mais são as assinaturas recolhidas por uma petição lançada por Brian May, com mais 263 mil nomes. “Nós vamos lutar pacífica e decentemente, mesmo que o outro lado se comporte de modo vil”, justificou o ativista.

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