O jornalista Daniel Oliveira criticou o Presidente da República por “decretar que há dois partidos que não podem apoiar governos”. Num post no Facebook, o ex-bloquista fez uma pergunta: “Mas o homem está maluco?”.

Cavaco Silva acabara de anunciar que tinha indigitado Pedro Passos Coelho como primeiro-ministro, como líder do maior partido da coligação. E as reações surgiram em catadupa.

Daniel Oliveira – dissidente do Bloco que defende a solução de esquerda discutida entre os partidos de António Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa – não colocava em causa a decisão em si mesma.

O jornalista lamentou, no entanto, as considerações do chefe de Estado, que voltou a colocar de parte o PCP e o Bloco como soluções governativas.

“Cavaco não se limitou, como se esperava, a chamar Pedro Passos Coelho para formar governo. Isso faz parte dos seus poderes. Decidiu decretar que há dois partidos que não podem apoiar governos”, critica o ex-bloquista.

Para Daniel Oliveira, estas considerações de Cavaco “não só ultrapassam os seus poderes como são um abuso inqualificável de poder”.

“Cavaco chama quem quer, não exclui ninguém da democracia. Mas o homem está maluco?”, conclui Daniel Oliveira, num post no Facebook.

A decisão do Presidente da República em indigitar Passos Coelho era esperada, até porque, à luz do artigo 187.º da Constituição, Cavaco teria de nomear o líder de Governo com base “nos resultados eleitorais”.

Por outro lado, o Presidente dera sinais de que não aceitaria uma solução governativa que incluísse partidos que colocam nos seus programas, por exemplo, a saída da Zona Euro, ou ‘bater o pé’ ao Tratado Orçamental.