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Marques Mendes diz que Passos “pode perder eleições” devido à “angústia” dos portugueses

marques_mendesAntigo líder do PSD, Marques Mendes, diz que o primeiro-ministro, Passos Coelho, corre o risco de perder as eleições legislativas. Marques Mendes avisa para a “angústia” dos portugueses, em resultado das medidas de austeridade que o Governo está a aplicar, mas destaca a postura de Passos Coelho, que não governa para vencer eleições, mas na defesa dos interesses do país.

Marques Mendes elogiou a política que tem sido seguida por Passos Coelho, mas deixou um sério aviso ao primeiro-ministro: o PSD pode perder as próximas eleições legislativas ao assumir a paternidade de medidas impopulares, mas necessárias. “Não há alternativa a esta política”, reforçou o conselheiro de Estado, embora seja admissível “criticar o Governo por várias coisas de pormenor”.

O problema é que não se pode alterar o rumo dos acontecimentos, alertou Marques Mendes: a “linha estratégica seguida” pelo atual Governo é a única possível, apesar ser “muito português a meio do caminho querer-se mudar e ter-se dúvidas”. No estado atual da economia portuguesa, reforçou o comentador político, já não é possível “mudar de caminho”.

Elogiando o primeiro-ministro, o antigo presidente do PSD alertou Pedro Passos Coelho para o agravamento da situação social. É que, se o Governo está a adotar uma estratégia “correctíssima”, colocando “o interesse do país à frente do interesse do partido”, a mesma pode não ter o reconhecimento público necessário para um triunfo eleitoral. Pedro Passos Coelho “corre o risco de não ganhar as próximas” legislativas, alertou Marques Mendes.

“Ele não está a governar para ganhar eleições, até corre o risco de não ganhar as próximas eleições, mas há uma coisa que eu tenho a certeza: ele não vai substituir nunca o interesse do país pelo interesse do partido, não vai colocar nunca o interesse das próximas gerações abaixo do interesse das próximas eleições. Isto dá uma grande confiança”, sublinhou.

A desvantagem, para Marques Mendes, é que o clima social tem vindo a deteriorar-se muito rapidamente: “neste momento, acho que as pessoas estão revoltadas, estão desesperadas, estão angustiadas. Eu próprio olho para algumas decisões e sinto uma certa revolta interior. Só que eu acho que não me devo revoltar relativamente a quem está a tentar construir soluções, mas sim revoltar-me relativamente a quem criou este problema”.

“Se o Partido Socialista estivesse neste momento no Governo, 95 por cento das decisões eram rigorosamente iguais. Dizer o contrario é mentira ou é demagogia”, complementou Marques Mendes, em declarações prestadas à entrada para a apresentação do livro “GENEPSD – Contributos para uma Social Democracia Portuguesa”, no Porto.

O antigo presidente do PSD reconheceu que “o momento que vivemos é muito difícil e é daqueles em que Portugal não pode falhar, porque se falhar é o caos”. É preciso, continuou, “fazer um esforço enorme para ter uma linha política para a conduzir com muita firmeza e acreditar que vamos ter sucesso”.

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