Marisa Matias concorda com Pedro Nuno Santos e pede clarificação a Costa

A primeira candidata do BE às europeias desafiou hoje o líder do PS, António Costa, a “clarificar qual o caminho que quer seguir”, concordando com Pedro Nuno Santos que defende “uma linha divisória muito clara entre liberais e socialistas”.

No final de uma ação de campanha de quase uma hora na Feira de Famalicão, distrito de Braga, Marisa Matias foi confrontada com as declarações de terça-feira à noite do dirigente socialista Pedro Nuno Santos que defendeu que os socialistas devem assumir também na Europa uma dialética de “tensão permanente” face aos liberais.

“Não posso falar do que é que se está a passar internamente no PS, não sei, mas concordo com o que disse Pedro Nuno Santos, que é preciso uma linha divisória muito clara entre liberais e socialistas, sim”, assumiu.

Mas se concorda com Pedro Nuno Santos, a cabeça de lista do BE ao Parlamento Europeu mantém as críticas ao secretário-geral do PS, António Costa, devido à aproximação aos liberais europeus.

“António Costa tem que clarificar qual é o caminho que quer seguir: se quer seguir o caminho que seguiu em Portugal, um caminho de, à esquerda, procurar acordo naquilo que era preciso ter acordo e melhorar a vida das pessoas, se é o caminho de se juntar àqueles que fizeram o contrário e promovem o contrário na União Europeia”, desafiou.

Marisa Matias assumiu que não sabe o que “está na cabeça de António Costa”, mas insistiu que “ao longo das eleições europeias e desta campanha, tem estado a trabalhar nesta aliança bizarra com os liberais de direita”.

Esses “liberais de direita”, segundo a eurodeputada recandidata, “defendem sanções contra Portugal e políticas de austeridade”, ou seja, “defendem a antítese daquilo que foi a política feita em Portugal para reduzir o empobrecimento, aumentar salários, aumentar pensões e tentar retribuir às pensões alguns dos seus direitos”.

“Qualquer que seja a manobra, a jogada que António Costa esteja a fazer neste momento, que eu não sei qual, nesta aliança com os liberais de direita terá implicações no futuro não só no Parlamento Europeu, mas também a nível nacional”, voltou a avisar.

Na terça-feira à noite, na campanha do PS, em Aveiro, Pedro Nuno Santos – ministro das Infraestruturas desde fevereiro, quando deixou o cargo de secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares precisamente devido à saída de Pedro Marques encabeçar as listas do PS à Europa – fez um discurso em que apontou uma espécie de autocrítica do seu partido em governos passados [António Guterres e José Sócrates] por também se ter aproximado do centro direita, designadamente prosseguindo políticas de privatizações.

Mas, o antigo líder da JS deixou, sobretudo, alguns recados sobre qual a estratégia que defende para o seu partido no plano europeu, depois de referências elogiosas à ação do atual executivo socialista, liderado por António Costa e apoiado no parlamento por BE, PCP e PEV.

Lusa

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