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Mário Soares recorda “discussão gravíssima” com Sócrates suscitada pela troika

mario_soaresMário Soares recordou “uma discussão gravíssima” que teve com José Sócrates, então primeiro-ministro, porque o antigo Presidente da República defendia a intervenção da troika, ou um acordo com Merkel, para ajuda externa a Portugal. Mas Sócrates queria evitar o recurso à troika. Soares considerou que o pedido de ajuda era uma fatalidade.

A “discussão gravíssima” entre Mário Soares e José Sócrates foi recordada pelo antigo Presidente da República, que participava na apresentação do seu livro ‘Um Político Assume-se’, no Casino da Figueira da Foz. E porque um político deve assumir-se, Soares defendia que o então primeiro-ministro teria de pedir ajuda a Angela Merkel.

Visão contrária tinha José Sócrates, que negava o conselho de Mário Soares, o que provocou uma forte discórdia entre os dois socialistas. Soares contou, recentemente, que ambos ficaram “uns tempos” afastados, ainda que não estivessem chateados.

Mário Soares aponta esse caso como importante na vida política recente, na medida em que o pedido de ajuda de Portugal poderia ter sido feito mais cedo. Sócrates não terá seguido o conselho de Soares porque apresentava uma visão otimista do País e o seu discurso não estaria de acordo com um resgate. No entanto, José Sócrates “acabou por ter de ceder às evidências”.

“Discutimos brutalmente, mas de forma amigável e com respeito mútuo. Tentei convencê-lo de que teria de negociar com Merkel um plano de apoio a Portugal. Mais tarde, interveio o ministro das Finanças”, recorda Soares. “Depois, Sócrates acabou por ceder às evidências”, acrescenta.

Na apresentação deste livro, Mário Soares criticou ainda a atual geração de líderes políticos europeus, que apelidou de “medíocre”.

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