Em entrevista à Rádio Renascença, Marinho Pinto, eurodeputado, considerou os salários dos políticos “baixos” e defendeu uma remuneração para os políticos bem mais elevada. Para o antigo bastonário da Ordem dos Advogados, os deputados “em Portugal, ganham pouco”, cerca de “cinco vezes menos que um deputado europeu”. Também os órgãos de soberania “são mal remunerados”, desde o Presidente da República aos juízes, segundo Marinho Pinto.
O eurodeputado eleito pelo Movimento Partido da Terra concedeu uma entrevista à Rádio Renascença onde abordou a temática dos salários. Num país que discute uma subida do salário mínimo para cerca de 500 euros, Marinho Pinto acaba por gerar polémica, ao considerar que ganhar 4800 euros, o salário de que auferia enquanto bastonário, “não permite ter padrões de vida muito elevados em Lisboa, fora de casa”.
Mas Marinho Pinto vai mais longe e defende um aumento salarial para os políticos e membros de órgãos de soberania.
“Os órgãos de soberania são mal remunerados, a começar no Presidente da República e a acabar nos juízes. Deveria haver essa cautela. E não há porque muitos políticos encontram formas, por vezes ilícitas, de suprirem essa deficiência”, afirma Marinho Pinto à RR.
Sobre os salários dos deputados portugueses, o mesmo tom: “Não é digno”, mas “cinco vezes menos que um deputado europeu”.
Desse modo, Marinho Pinto considera que Portugal deve discutir a remuneração paga aos titulares de cargos políticos, precisamente para onde o antigo bastonário da Ordem dos Advogados se encaminha.
O eurodeputado que entretanto saiu do Partido da Terra prepara-se para apresentar um novo projeto partidário, que servirá de base a uma candidatura à Assembleia da República, nas Legislativas do próximo ano.
Marinho Pinto não sabe o seu futuro político. Se for eleito nas Legislativas, abandonará o cargo de eurodeputado. Mas não antecipa se cumprirá a legislatura. “Está a pedir-me que vire profeta”, responde, nesta entrevista à Rádio Renascença.
Marinho Pinto, recorde-se, defendeu recentemente um castigo aos políticos, por parte dos cidadãos, através de um falta às urnas, no dia das eleições. Recorde essas palavras que, agora, jogam contra o eurodeputado.
Apelidou o povo de ser “pouco exigente” e de dar aos políticos “uma sensação de impunidade”. Assim, recomendou que se “fizesse greve à Democracia no dia das eleições”. Recorde essas palavras: