Funeral de Maria José Nogueira Pinto realiza-se nesta quinta-feira, em À-dos-Negros (Óbidos), a partir das 18h00. O corpo da jurista está em câmara ardente, na sua residência, onde decorrerão duas eucaristias às 11h00 e às 14h00.
Maria José Nogueira Pinto morreu aos 59 anos, vencida por doença prolongada, que não a impedira, no entanto, de exercer o cargo para o qual fora eleita. Ainda que debilitada, participou na eleição da presidente da Assembleia da República, como deputada do grupo parlamentar do PSD.
Nogueira Pinto era jurista e iniciou a sua carreira política no anos de 1992, como subsecretária de Estado da Cultura, no governo liderado por Cavaco Silva. Em 1993, demite-se, incompatibilizada com o social-democrata Pedro Santana Lopes.
Entra como militante no CDS-PP em 1996 e dois anos mais tarde, após saída de Manuel Monteiro, disputa a liderança dos centristas, tendo perdido para Paulo Portas as eleições no partido.
Assumiu ainda a função de presidente do grupo parlamentar e do Conselho Nacional do CDS-PP, até que, em 2005, disputa as eleições para a presidência da Câmara Municipal de Lisboa, tendo sido eleita vereadora.
Em 2009, regressa ao PSD, integrando as listas para a Assembleia da República. Foi eleita deputada, novamente, nas eleições do passado dia 5 de junho. Apesar da doença, exerceu o cargo até à última hora da sua vida.
Fora do cenário político e partidário, exerceu cargos de relevo, como provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, ou diretora da Maternidade Alfredo da Costa, também em Lisboa.
Em entrevista concedida ao semanário Sol, em 2009, falou do seu passado de refugiada, de emigrante, de vendedora de enciclopédias no Rio de Janeiro. Experiências que, segundo Maria José Nogueira Pinto, provam que o ser humano “não tem importância nenhuma”. Morre aos 59 anos, deixando um legado de combate político e exercício ativo de cidadania.
Reações: Ribeiro e Castro, antigo presidente do CDS-PP: “É uma grande perda para Portugal. No meu caso é também a perda de uma amiga. Maria José Nogueira Pinto marcou os últimos anos da vida portuguesa.”
Maria de Belém, deputada do PS: “Portugal perdeu uma mulher sem medo. Maria José Nogueira Pinto era pessoa com fibra”. João Almeida, vice-presidente, ex-chefe de gabinete de Nogueira Pinto na Câmara Municipal de Lisboa: “O seu legado de serviço público, em diversas áreas, é extraordinário. Colocou em cada uma das suas causas um espírito de combatividade assinalável”.
João Semedo, deputado do Bloco de Esquerda: “Maria José Nogueira Pinto era uma deputada convicta e inteligente, que se preocupava em valorizar a Assembleia da República”.
