Cultura

Maria Dolores Pradera morreu em Madrid aos 93 anos

A cantora e atriz Maria Dolores Pradera morreu na segunda-feira em Madrid, cidade onde nascera há 93 anos, informaram fontes familiares ao diário espanhol El País.

Maria Dolores Pradera tinha um longo percurso artístico, de quase 70 anos, e uma discografia de 40 discos, tendo ao longo da sua carreira obtido vários prémios e distinções, entre os quais um Grammy de excelência artística, pela sua carreira, com que foi galardoada em 2008.

Prémio Nacional de Teatro, Medalha de Ouro das Belas Artes, Comenda da Ordem de Isabel, a católica, medalha da cidade de Madrid de Mérito Artístico e Medalha de Ouro de Madrid de Mérito Artístico contam-se no palmarés de Maria Dolores Pradera.

A carreira da artista madrilena começou no cinema, em 1941, no filme “Porque te vi chorar”. Também atuou no teatro em peças como “A Celestina”, “Maria Pineda” ou “Fortunata e Jacinta”, mas foi como cantora que obteve sucesso internacional.

Gravou o primeiro disco em novembro de 1960 e, na sua trajetória musical – grande parte da qual com Los Sabadeños, um grupo de música tradicional das ilhas Canárias nascido em 1965 – constam composições de Carlos Cano, Mercedes Sosa, Amâncio Prada ou da cantora e compositora peruana Chabuca Granda.

Entre as composições de Carlos Cano que interpretou conta-se “Maria la portuguesa”, que o compositor granadino compôs numa homenagem a Amália, que constituiu um êxito em Portugal e Espanha e que a fadista portuguesa também gravou.

Da compositora peruana Chabuca Granda, Maria Dolores Pradera gravou “La flor de la canela”, um dos êxitos da sua carreira, tendo também interpretado e gravado temas da cantora argentina Mercedes Soza.

Entre os êxitos de Maria Dolores Pradera contam-se “Amarraditos”, “La flor de la canela”, “Que te vaya bonito” e “Cavalo preto azabache”, entre outros.

Da discografia da cantora e atriz fazem parte discos como “A mis amigos” (1988), “As de cozanoes” (1999), que foi disco de platina, e “Canciones del alma” (2003).

Em 2006, juntamente com Los Sabadeños, o seu grupo de sempre, gravou “Al cabo del tiempo”.

Maria Dolores Pradera atuou ainda, em duo, com cantores como Raphael, Sabina e Miguel Bose, tendo igualmente colaborado com Enrique Bunbury, Amaia Montero e Ana Torroja.

A cantora era membro honorário do Foro Iberoamericano das Artes, instituição que a homenageou em 2011.

Maria Dolores Pradera esteve casada doze anos com o ator Fernando Fernán Gómez de quem teve dois filhos, Elena e Fernando.

Na discografia da cantora figura ainda um disco com canções portuguesas. Intitulado “Maria Dolores Pradera canta a Portugal”, o disco inclui temas como “Lisboa não sejas francesa”, “Mãe preta”, “Primavera” e “Foi Deus”, de autores como Alberto Janes, José Galhardo e Raul Ferrão, entre outros.

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