Vinte milhões de xelins, ou cerca de 170.500 euros. É este o valor da multa recorde aplicada hoje pelo Tribunal de Makadara, no Quénia, a Tang Yong Jian, o cidadão chinês condenado por tráfico de marfim.

O Quénia endureceu em dezembro de 2013 as penas contra o tráfico de marfim e os caçadores furtivos e os resultados começam a aparecer. Hoje, o Tribunal de Makadara, em Nairobi, condenou um cidadão de nacionalidade chinesa a pagar uma multa recorde por tráfico de marfim: 20 milhões de xelins, cerca de 170.500 euros.

Tang Yong Jian, de 40 anos, declarou-se culpado e terá de cumprir sete anos de prisão caso não consiga pagar a multa, decretou o mesmo tribunal. A nova legislação tem como teto máximo para as multas os 20 milhões de xelins, ao invés aos anteriores 40 mil xelins (cerca de 340 euros). Nos casos de prisão, as penas subiram do limite de até dez anos para a prisão perpétua.

O homem foi detido na semana passada, no aeroporto de Nairobi, na posse de um chifre de elefante com 3,4 quilos. Tang Yong Jian, que vinha de Moçambique, estava a tentar levar o chifre para a China. Ontem, as autoridades do Quénia detiveram outro chinês pelo mesmo motivo. Chunsheng Zhang, de 31 anos, estava na posse de várias peças de marfim quando estava em trânsito no mesmo aeroporto, proveniente da República Democrática do Congo.

O endurecimento da lei é a resposta do Quénia a um dos maiores problemas do continente africano: a caça furtiva de elefantes e outras espécies, como os rinocerontes. Apesar de estarem em perigo de extinção, há vários animais que são caçados e drogados para arranque das presas e dos chifres, que atingem valores elevados nos mercados negros da Ásia devido às alegadas propriedades medicinais e afrodisíacas.

Só em 2012, terão morrido cerca de 22 mil elefantes às mãos dos caçadores furtivos, de acordo com os dados do Comité Permanente da Convenção Internacional para a Proteção de Espécies Ameaçadas (CITES).