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Marcelo saúda estabilidade política mas recusa fazer qualquer balanço

O Presidente da República saudou hoje a estabilidade política nos últimos três anos, referindo que sempre considerou o cumprimento da legislatura “um objetivo nacional”, mas recusou fazer qualquer balanço da ação do Governo.

Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre os três anos de governação do atual executivo minoritário do PS, chefiado por António Costa, à saída de uma reunião sobre a Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo, no Instituto do Emprego e da Formação Profissional, em Lisboa.

A sua resposta foi que “o Presidente não formula juízos sobre a atuação do Governo” nestes três anos, como não fez nos dois anos anteriores: “Não fiz no primeiro, não fiz no segundo, não faço no terceiro. Quem faz o balanço é o próprio Governo e farão os portugueses quando tiverem de votar daqui por um ano”.

Interrogado, em seguida, sobre a estabilidade política neste período, o chefe de Estado disse que essa é outra questão e que sempre considerou o cumprimento da legislatura “um objetivo nacional que, naquilo que dependesse do Presidente – não dependia só do Presidente, naturalmente – devia ser atingido”.

“Quer dizer, para mim, foi claro desde que tomei posse que havia um objetivo do Presidente da República que era, naquilo que dependia dele, garantir o cumprimento da legislatura. A legislatura era para chegar até ao fim. E, como sabe, no início, havia uma percentagem muito elevada de observadores que diziam que não chegaria ao fim a legislatura”, referiu.

Marcelo Rebelo de Sousa frisou que, no seu entender, “era fundamental que a legislatura chegasse até ao fim, precisamente pela situação em que se encontrava o mundo, em que se encontrava a Europa e em que se encontrava financeiramente Portugal no momento em que arrancou a legislatura”.

“Aparentemente, estamos a caminho de se cumprir a legislatura, o que eu considero bom”, saudou.

O Presidente da República foi também questionado sobre as declarações do primeiro-ministro, António Costa, em entrevista à agência Lusa, quanto à participação ou não dos partidos à esquerda do PS num futuro Governo.

“Isso é uma questão que só os portugueses podem responder, que depende do voto deles, para o ano. E, depois de os portugueses responderem, só os partidos é que podem responder, num segundo momento. Por isso, o Presidente da República não se vai antecipar ao juízo dos portugueses e, depois, à interpretação dos resultados eleitorais pelos partidos”, respondeu.

O anterior Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, deu posse ao XXI Governo, chefiado por António Costa, em 26 de novembro de 2015, 53 dias após as eleições legislativas e 15 dias após o derrube do executivo PSD/CDS-PP no parlamento pelos socialistas, BE, PCP, PEV e PAN, através da aprovação de uma moção de rejeição.

Logo quando António Costa foi indigitado primeiro-ministro, em 24 de novembro de 2015, Marcelo Rebelo de Sousa, então candidato presidencial, desejou-lhe “as maiores felicidades”, considerando que “é bom que corra bem este Governo, para que corra bem a Portugal”.

Durante a campanha para as presidenciais do ano seguinte, prometeu fazer “o possível e o impossível” para que o Orçamento do Estado para 2016 fosse viabilizado, defendendo que Portugal precisava de estabilidade política.

Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito Presidente da República cerca de dois meses mais tarde, nas eleições de 24 de janeiro de 2016 e assumiu a chefia do Estado em 09 de março desse ano.

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