Antigo líder social-democrata considera que “Portugal precisa de um bloco central”, sob pena de não conseguir ultrapassar a crise. Marcelo Rebelo de Sousa diz ainda que o primeiro-ministro tem de provar que “não é um fator de perturbação no entendimento entre PS e PSD”.
Apesar de, no passado, Marcelo Rebelo de Sousa não ter sido um adepto de aliança entre os principais partidos, as circunstâncias atuais ditaram uma mudança de opinião no antigo líder do PSD.
“Nunca fui adepto do bloco central. Mas hoje a situação é muitíssimo mais grave do que era entre 1983 e 85. Acho inevitável, durante um período considerável de tempo, um entendimento entre PS e PSD, porventura alargado ao CDS”, argumentou, num almoço do American Club of Lisbon.
A situação atual “exige um acordo de regime muito mais amplo em termos políticos, económicos e sociais”, uma vez que o estado do país é “muito grave”.
Marcelo Rebelo de Sousa acusa José Sócrates de ter “apresentado um cheque sem cobertura”, uma vez que “não podia esperar 15 dias pela cimeira do fim do mês, por uma conversa com o Presidente e uma conversa com o líder da oposição”.
Nesse sentido, o primeiro-ministro agiu sob pressão, dada a “gravidade da situação”. Para marcelo, Sócrates dispõe de “15 dias para mostrar que consegue a cobertura para o cheque e que não é um fator de perturbação no entendimento entre PS e PSD”.
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