Cultura

Marcelo: “Portugal parece outro país, dois anos depois”.

O Presidente da República considerou hoje que Portugal se estabilizou nos últimos dois anos e é agora outro país, comparando a terceira edição da feira de arte contemporânea Arco, em Lisboa, com a primeira, de 2016.

Marcelo Rebelo de Sousa falava durante a inauguração oficial da “ARCOLisboa 2018”, na Cordoaria Nacional, em Lisboa.

Recordando o momento da primeira edição portuguesa da feira internacional de arte contemporânea de Madrid, na “transição da primavera para o Verão de 2016”, o chefe de Estado afirmou que “a memória das pessoas é curta, mas aqueles tempos eram tempos ainda de incógnita, de dúvida”.

No seu entender, entretanto, “Portugal ultrapassou as dificuldades financeiras e económicas” e “a estabilização económica e financeira e política e institucional permitiu novos alicerces, mais fortes bases para a projeção cultural”.

“Dois anos depois – não é dez anos depois, não é vinte anos depois – parece que estamos noutro país e parece que estamos noutra Arco”, prosseguiu, considerando: “Mas estamos mesmo. Estamos mesmo noutro país e estamos mesmo noutra Arco”.

Em seguida, enquanto visitava as dezenas de galerias da exposição, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pelos jornalistas sobre o anúncio feito pelo primeiro-ministro, António Costa, da criação de uma autoridade nacional contra a violência no desporto, mas não quis voltar ao tema das agressões a jogadores e equipa técnica do Sporting na Academia de Alcochete.

“Eu hoje sobre matéria de violência no desporto já falei uma vez. É uma violência para mim falar segunda ou terceira vez no mesmo dia”, justificou.

O Presidente da República escusou-se, por isso, a responder se já decidiu se irá ou não estar presente na final da Taça de Portugal, entre o Sporting Clube de Portugal e o Desportivo das Aves, no domingo, no Estádio Nacional.

“Eu disse que, quando decidisse, se decidisse falar, falaria. Mas há mais dias além de hoje. Aqui estamos na Arco, é outra arte. Não é que o desporto não seja uma arte, mas aqui é outra arte”, acrescentou.

No discurso que fez nesta inauguração, Marcelo Rebelo de Sousa apontou a criação da feira internacional de arte contemporânea de Madrid, nos anos [19]80, como “um sinal da potência, da capacidade de afirmação e da projeção cultural da Espanha na Europa e no mundo” pós-democracia.

“A Arco em Portugal arrancou muito mais tarde, mas também arranca num momento que não é ocasional”, referiu, relatando que em 2016 o comité executivo espanhol manifestava “dúvidas ainda sobre se [esta iniciativa] teria sucesso, dependendo da evolução económica e financeira de Portugal”.

Segundo o Presidente da República, da parte espanhola “havia uma solidariedade que esperava por confirmação” e efetivamente “chegou a confirmação”.

O chefe de Estado disse que, quando estiver com o rei de Espanha, Felipe VI, na segunda-feira, em Salamanca, lhe dará conta de “como deu certo, como é um sucesso” a Arco em Lisboa, e prognosticou a esta feira décadas de existência e expansão.

Nesta intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa lamentou que o preço das obras de arte exibidas na Arco esteja atualmente fora do seu alcance.

Depois, durante a visita à exposição, o Presidente destacou duas peças que gostaria de comprar, “uma pequena obra de um artista português, que custava dois mil euros” e “era comprável, apesar de tudo” e outra da qual nem perguntou o preço.

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