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Se Marcelo não se recandidatasse seria incompreensível para 80 por cento dos portugueses”

O secretário-geral do PS declarou hoje que uma eventual não recandidatura presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa seria “incompreensível para 80 por cento dos portugueses” e adiantou que Ferro Rodrigues voltará a ser candidato socialista a deputado.

António Costa fez estas afirmações na parte final da entrevista que concedeu à Rádio Observador, que durou cerca de uma hora, depois de questionado sobre o futuro político do atual presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues.

“Sei que Eduardo Ferro Rodrigues está disponível para se recandidatar a deputado [nas listas do PS] à Assembleia da República e que, portanto, continuará a ser deputado”, disse.

Questionado se teme que o Presidente da República, num eventual segundo mandato, se transforme num líder da oposição, António Costa caracterizou esse tipo de apreciações como prematuras.

“A primeira questão fundamental é saber se o professor Marcelo Rebelo de Sousa se pretende recandidatar. Eu diria que, se me fosse permitido ser por dez segundos analista político, há 99 por cento de possibilidades de ele se candidatar. Além do mais, seria incompreensível para 80 por cento dos portugueses que o apoiam verem-se frustrados por não o terem [como Presidente da República]”, observou.

Interrogado se o PS admite apoiar a eleição de Marcelo Rebelo de Sousa para um segundo mandato como Presidente da República, o secretário-geral do PS voltou a argumentar que primeiro importa saber “se é candidato ou não é, se for candidato com que programa se apresentará”.

António Costa enumerou a seguir uma série de variáveis das quais vai depender a posição do PS em relação às próximas eleições presidenciais.

“Pretende [Marcelo Rebelo de Sousa] prosseguir o mandato como exerceu neste primeiro, ou pretende evoluir na forma como exerce a Presidência da República? Quais são as condições políticas que existem no país [na altura das eleições presidenciais], já que uma coisa é um Governo maioritário, outra é um Governo minoritário? A experiência diz-nos que os segundos mandatos costumam ser bastante diferentes dos primeiros. Portanto, há um conjunto de questões a analisar no momento próprio”, justificou o primeiro-ministro.

António Costa referiu depois que, quer com Cavaco Silva como chefe de Estado, quer, agora, com Marcelo Rebelo de Sousa, “a relação do Governo com o Presidente da República foi sempre corretíssima”.

“Sendo a personalidade do atual Presidente da República mais aberta e expansiva do que a do anterior, tal permitiu, naturalmente, uma relação talvez mais intensa, beneficiando também do facto de nos conhecermos há muitos anos. Tive o gosto de ser aluno do professor Marcelo Rebelo de Sousa. A relação pessoal é muito boa, mas outra coisa é a relação de trabalho”, acrescentou.

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