O comentador político Marcelo Rebelo de Sousa defendeu, na TVI, que “comparar Vítor Gaspar a Salazar é desprestigiante para o ditador”. No seu comentário semanal, Marcelo acusou Passos de cometer o “erro” de “não passar cartão a António José Seguro.
No seu comentário político semanal na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa abordou a comparação feita pelo líder da CGTP, Arménio Carlos, que estabeleceu um paralelo entre Salazar e Vítor Gaspar. Para Marcelo, comparar o ministro das Finanças a Salazar é “desprestigiante” para o ditador.
“Salazar era um ditador, de que se gostava, ou que se odiava. Mas era um político com ‘P’ maiúsculo. Não há comparação. É desprestigiante para Salazar compará-lo com Vítor Gaspar. O ministro das Finanças é um político com ‘p’ minúsculo. Não há comparação, em qualquer dos aspetos que disse Arménio Carlos”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
No mesmo comentário, ontem, na estação de Queluz, Marcelo abordou a falta de paciência do primeiro-ministro para com o secretário-geral do PS, António José Seguro. Para o comentador político, trata-se de um “erro” que Passos Coelho apenas compreenderá quando for a eleições.
“Eu acho que Passos Coelho continua na mesma onda, que é: assim como não tem paciência para Paulo Portas dentro da coligação, também não tem muita paciência para António José Seguro fora da coligação”, realça Marcelo Rebelo de Sousa, que sustenta que o secretário-geral do PS “tem razão”, nesta questão central, tendo em vista um consenso político alargado.
“Isto é um problema importante. Ainda agora se viu que um dos triunfos portugueses é a ideia lá fora de que há consenso político em Portugal, o que não há noutros países, nomeadamente na Grécia. Pedro Passos Coelho faz mal em persistir com esta teimosia de não passar cartão a António José Seguro. E só o perceberá no dia das eleições. É algo que não vale a pena explicar-lhe, porque só na noite das eleições ele perceberá”, defendeu o professor.