Economia

Manter o “IVA bárbaro” na restauração custa ao Estado, nas contas da AHRESP, 274 milhões de euros

comida autorcomida1x510O “IVA bárbaro” de 13 por cento na restauração tem um custo, só este ano, avaliado em 274 milhões de euros. A associação da hotelaria e restauração garante que o Estado fica a perder ao não baixar para os 13 por cento, quer pela diminuição da receita, quer pelos custos com o desemprego.

A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) insiste na redução do IVA para o setor do “bárbaro” valor de 23 por cento para os 13 por cento, em sede do Orçamento de Estado Retificativo. Antes que o Parlamento aprove o documento, já na quinta-feira, o setor volta a alertar para as falências que se multiplicaram e o consequente aumento do desemprego.

“Estamos num ponto sem retorno”, desabafou o secretário-geral, José Manuel Esteves: “o que propomos é que o atual IVA bárbaro baixe para os 13 por cento já e garantimos manter 30 mil postos de trabalho. Caso contrário, mais empresas vão fechar e mais trabalhadores vão para o fundo de desemprego”.

A AHRESP fez as contas para reforçar a importância da descida do IVA. Só na perda da receita fiscal (as falências diminuem o número de empresas a pagar o imposto) e consequente aumento do desemprego (agravando a despesa com mais encargos em subsídios de desemprego), “manter o IVA da restauração nos 23 por cento vai custar ao Estado 274 milhões de euros só este ano”.

“O setor da restauração não aguenta até 2014”, alerta o presidente da AHRESP, Mário Pereira Gonçalves, justificando-se: “após o terceiro trimestre deste ano, passado o verão, muitos operadores não conseguirão manter-se em actividade, esgotadas que estarão todas as reservas de capital que os empresários têm vindo a injetar nos negócios”.

“As contas estão feitas e refeitas. É uma evidência que o aumento do IVA na restauração para 23 por cento provocou uma onda de destruição do tecido empresarial do setor e que o saldo dessa medida nas contas públicas será este ano francamente negativo, com o Estado a perder centenas de milhões de euros que se juntam ao aumento explosivo do número de falências e do desemprego”, reforçou o dirigente.

A AHRESP recorre ainda a um estudo da Ernest & Young que prevê, no caso de uma descida “imediata” da taxa, um lucro para o Estado de 66 milhões de euros, “o saldo entre a perda do adicional de IVA expectável no final de 2013 à taxa de 23 por cento (280 milhões de euros) e os valores recuperados em sede de subsídio de desemprego, TSU e IRS (346 milhões de euros)”.

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