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Manifesto: Filhos de abril alertam para “retrocesso democrático”


Um grupo de 60 pessoas que nasceram depois da Revolução dos Cravos subscreveu um manifesto, que alerta para o “retrocesso democrático” que se regista em Portugal. A base deste documento, intitulado ‘O Inevitável é Inviável’, é a perda de direitos adquiridos pelos cidadãos, nas áreas social e do emprego, sobretudo.

Não se trata de um número elevado de subscritores, mas o epíteto ‘poucos, mas bons’ assenta bem. São 60 filhos da Liberdade, que não viveram a Ditadura, mas assistem, ano após ano, à perda de direitos pelos quais os seus progenitores lutaram. A Revolução dos Cravos é, para os promotores deste movimento, uma história contada na terceira pessoa. Porém, a realidade que se segue é um desencanto.

Este manifesto denuncia sentimentos de revolta pacífica, uma revolta semelhante ao 25 de abril. Não há cravos nas armas, mas há palavras que disparam em todas as direções, sem a intenção de ferir, mas apenas para relevar a verdade.

Jovens, ex-estudantes ou estudantes que seguiram o sonho prometido – de concluir um curso e construir uma carreira – vêem-se confrontados com trabalho precário ou desemprego, num “retrocesso civilizacional e democrático” que não é mais do que o desprezo pelas vitórias dos seus pais. Pais que lutaram pela Liberdade e que investiram na formação dos seus filhos.

Um Estado cada vez menos social, relações de trabalho precárias, cortes em áreas fundamentais como a saúde e políticas de austeridade sobre políticas de austeridade – em nome do cumprimento de um défice para o qual não contribuíram – levaram estes 60 cidadãos a agir.

A três dias da celebração do 37.º aniversário do 25 de abril, ‘O Inevitável é Inviável’ lança ideias para debate. Os filhos de abril não estão felizes com a Liberdade que têm, diferente dos ideais que estiveram na base da luta dos seus pais.

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