Nelson Mandela, se fosse vivo, teria orgulho em ver Barack Obama e Raúl Castro apertarem as mãos. A ironia do destino determinou que este ato histórico ocorresse na homenagem a Madiba, na África do Sul, numa cerimónia fúnebre que transmitiu um sinal de esperança para as tréguas entre EUA e Cuba.

O aperto de mão entre os presidentes de Cuba e EUA ocorreu momentos antes do discurso de Obama, na cerimónia fúnebre de Nelson Mandela, que decorreu hoje, no estádio de Soweto (África do Sul).

Antes de se dirigir para a tribuna e discursar, Barack Obama aproximou-se do líder cubano, Raúl Castro, e ambos protagonizaram um dos grandes momentos da homenagem a Madiba.

E não se tratou de um gesto de circunstância. Segundo revelou à AFP uma fonte oficial do governo norte-americano, “Obama ofereceu este aperto de mãos histórico” para dar “um novo sinal de sua vontade de se aproximar de antigos inimigos dos Estados Unidos”.

Recorde-se, no entanto, que há cinco décadas que os EUA mantêm um embargo a Cuba, que tem repercussões económicas em Havana. Para os milhões de pessoas que assistiram a esta homenagem a Mandela, Castro e Obama serão certamente os líderes políticos que vão selar as tréguas entre os dois países.

E este foi o maior sinal de esperança e, certamente, a maior homenagem que Nelson Mandela mereceria: unir dois países historicamente afastados.