Cultura

Mais um prémio para filme “Free Solo” que integra técnicos portugueses

O português Nuno Bento foi distinguido nos prémios norte-americanos Golden Reel, pelo trabalho de edição de som no documentário “Free Solo”, que também está indicado para os Óscares.

Os Golden Reel, cujos vencedores foram anunciados no domingo à noite, são atribuídos pela organização Motion Picture Sound Editors e pretendem reconhecer o trabalho de quem trata a edição de som em obras cinematográficas.

De acordo com a lista de premiados, o galardão de melhor edição de som de um documentário foi atribuído à equipa que trabalhou o som do filme “Free Solo”, realizado por Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarhelyi para a National Geographic. Da equipa de edição de som premiada faz parte o português Nuno Bento (“foley artist”).

No trabalho técnico de som do documentário participou ainda a portuguesa Joana Niza Braga, “foley mixer” no filme, que foi distinguida no fim-de-semana passado noutros prémios específicos para montagem de som: os norte-americanos Cinema Audio Society Awards.

“Free Solo” é um documentário que acompanha o alpinista norte-americano Alex Honnold numa escalada de 900 metros, sem cordas ou proteções, na parede de granito El Capitan, no Parque de Yosemite (Estados Unidos).

Em declarações à agência Lusa, na semana passada, Joana Niza Braga explicou o trabalho dela e de Nuno Bento foi “todo feito remotamente”, a partir de Lisboa, na pós-produtora de cinema Loudness Films, onde há “um estúdio de ‘foley’ bastante grande”.

O ‘foley’ permite criar sons que por vezes não são captados nas rodagens. Com o ‘foley’, é possível “criar a ilusão de que existe essa proximidade com as personagens que estão no ecrã”.

“Por exemplo, temos o Alex a escalar e nós conseguimos ouvir a parede e todo o material dele, quando na verdade é tudo falso. É tudo criado por nós: pelo ‘foley artist’ e pelo ‘foley mixer’, que juntos trabalhamos para conseguir tornar esse som verdadeiro para aquilo que estamos a ver”, desvendou.

O processo é feito com o ‘foley mixer’ na régie e o ‘foley artist’ num estúdio ao lado, com os dois separados por um vidro.

Os ‘foley artists’, “quem está a reproduzir o barulho”, costumam dizer, segundo Joana, “que os ‘foley mixers’ são os ouvidos, porque o som captado pelo microfone é diferente, um bocadito, da perceção auditiva normal”.

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