A coordenadora do Bloco de Esquerda felicitou na terça-feira à noite Elisa Ferreira pela designação para comissária europeia, mas considerou que, mais do que nomes, o que interessa discutir é “qual vai ser a política” seguida.
“Desejamos o melhor mandato possível a Elisa Ferreira, mas nós estamos preocupados é com a política da Comissão Europeia mais do que saber o nome dos comissários. Eu lembro que o Partido Socialista tem feito um compromisso de uma Comissão Europeia dirigida pela direita europeia, a mesma direita que impôs as políticas de austeridade aos longo dos anos”, referiu Catarina Martins.
A líder bloquista falava aos jornalistas durante uma arruada nas Festas de Corroios, no Seixal, no distrito de Setúbal, onde defendeu que o que interessa discutir é “qual vai ser a política europeia”.
“Nós lembramo-nos bem do que foi ter um português presidente da Comissão Europeia na altura da crise financeira internacional e como isso foi desastroso para o nosso país. E estou a falar de Durão Barroso. Toda a gente se lembra que, aliás, hoje está a trabalhar para a finança internacional depois de ter posto a crise financeira às costas dos salários, das pensões e dos serviços públicos dos vários países europeus”, frisou.
Por este motivo, na visão de Catarina Martins é necessária “uma grande mudança” que tenha em conta os exemplos positivos, como é o caso de Portugal.
“Por ter investido um pouco mais nas pessoas, recuperado salários e pensões, conseguiu ter bons sinais da economia, tirar lições disso mesmo e compreender que a Europa deve preocupar-se mais com as condições concretas dos seus povos, com investimento nos serviços públicos, com recuperação dos salários e pensões e deixar de despejar milhares de milhões de euros num sistema financeiro que continua sem regras”, sublinhou.
O primeiro-ministro, António Costa, escolheu a ex-ministra Elisa Ferreira para comissária europeia e já o comunicou à nova presidente da comissão, disse à agência Lusa fonte oficial do seu gabinete.
Segundo a mesma fonte, oportunamente, a presidente eleita da Comissão Europeia comunicará a pasta atribuída à futura comissária portuguesa.
Elisa Ferreira foi ministra dos governos chefiados por António Guterres, primeiro do Ambiente, entre 1995 e 1999, e depois do Planeamento, entre 1999 e 2002, e ocupa, desde setembro de 2017, o cargo de vice-governadora do Banco de Portugal.
Elisa Ferreira sucederá a Carlos Moedas, comissário indicado pelo anterior governo PSD/CDS-PP.
Carlos Moedas teve a seu cargo a pasta da Investigação, Ciência e Inovação e foi nomeado em novembro de 2014.
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