Um total de 47.572 pessoas foram afetadas, cinco morreram e outras 53 ficaram feridas devido aos efeitos combinados da época chuvosa em curso desde outubro em Moçambique, indicou o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC).
“No período em análise [de outubro até ao dia 02 de janeiro], foram registados ventos e chuvas fortes, descargas atmosféricas, incêndios e queda de granizo”, lê-se num documento de balanço da época chuvosa 2019/2020 enviado hoje à Lusa.
Neste período, acrescenta-se no documento, 6.929 casas foram totalmente devastadas e outras 2.134 parcialmente, além de 43 escolas afetadas pelas chuvas e ventos fortes.
O destaque vai agora para Cabo Delgado, onde, em 26 de dezembro último, perto de 10 mil pessoas foram afetadas pelo mau tempo e nove distritos do norte da província estão isolados na sequência do corte da principal estrada devido ao desabamento de uma ponte.
A travessia está agora a ser feita por pequenas embarcações, enquanto a chuva continua a cair e as autoridades tentam prestar assistência às famílias afetadas.
O Governo moçambicano prometeu que nos próximos dias vão ser disponibilizados meios aéreos para apoiar a assistência às pessoas afetadas, além de colocar duas pontes para restabelecer a ligação entre o centro e o norte daquela província.
Moçambique emitiu um alerta laranja para todas as províncias do país, como forma de dar celeridade à mobilização de recursos para a assistência a vítimas e à reposição de danos, tendo em conta que a época chuvosa no país só termina em abril.
Além de Cabo Delgado, o mau tempo deste mês atingiu uma parte de Nampula, mas em regime fraco e moderado, indicou à Lusa o delegado do INGC naquela província, Alberto Armando.
Em abril, alguns pontos da província de Cabo Delgado foram atingidos pelo ciclone Kenneth, que causou a morte a 45 pessoas e afetou outras 250 mil.
Um mês antes da passagem do Kenneth, o centro de Moçambique foi devastado pelo ciclone Idai, que provocou mais de 600 mortos e afetou cerca de 1,5 milhões de pessoas no centro do país, além de destruir várias infraestruturas.
No início de mês de dezembro, O INGC anunciou que precisava de cerca 12 milhões de euros para fazer face à época chuvosa em curso e ao plano de contingência, cujo orçamento geral é de quase 30 milhões de euros.
Entre os meses de outubro e abril, Moçambique é habitualmente atingido por ventos ciclónicos oriundos do Índico e por cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral.
No total, 714 pessoas morreram durante o período chuvoso em 2018/2019, incluindo 648 vítimas dos ciclones Idai e Kenneth.
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