Mais de 150 médicos do São José assinam carta solidária com chefes demissionários

Mais de 150 médicos do Hospital São José, em Lisboa, assinaram uma carta de apoio aos 16 chefes de equipa de medicina interna e cirurgia geral que recentemente pediram a demissão por falta de condições para tratar os doentes.

A notícia foi avançada à agência Lusa pelo bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, que anunciou ainda que iria enviar ao ministro da Saúde a carta de apoio aos chefes demissionários.

No início do mês, os 16 chefes apresentaram a sua demissão por considerarem que a assistência médica prestada no serviço de urgência tinha ultrapassado “os limites mínimos de segurança aceitáveis para o tratamento dos doentes críticos”.

Hoje, o bastonário Miguel Guimarães tornou pública a posição de 157 médicos daquele hospital, na sua maioria clínicos das equipas de urgência de cirurgia geral e medicina interna, que assim confirmam os problemas denunciados pelos chefes.

Nas equipas de urgência de medicina e cirurgia trabalham cerca de 170 clínicos.

Na carta, os médicos lembram que os chefes das equipas das urgências têm, entre outras obrigações, de defender “a coesão das equipas, a manutenção de um elevado nível de qualidade nos cuidados prestados aos doentes, a segurança das condições de trabalho dos medico, a conservação da capacidade de formação pré e pós graduada e a continuidade da uma tradição secular de excelência”.

Louvando a atitude dos médicos que mostraram “total solidariedade com os chefes de equipa”, Miguel Guimarães defendeu que o ministro da Saúde “tem de levar a sério” a situação que se vive naquele hospital.

“Os profissionais não estão a dizer isto por birra, não estão a dizer que querem ganhar mais dinheiro, não estão a fazer isto pelo seu interesse próprio. Estão a fazer isto na defesa dos doentes”, sublinhou, alertando que é preciso reforçar as equipas para que os médicos possam fazer bem o seu trabalho.

Para o bastonário, a carta de solidariedade “mostra que os médicos, nos hospitais e centros de saúde, estão unidos em torno de um objetivo fundamental que é defender os doentes, melhorando a qualidade da medicina e aumentando a segurança clínica”.

Miguel Guimarães lembrou que a falta de profissionais de saúde leva a que “os médicos estejam sempre a fazer urgências extra”.

Segundo o bastonário, a maioria dos profissionais já ultrapassou o limite de horas extra de serviço de urgência que têm de fazer por ano, sendo que em alguns casos já “ultrapassam, duplicaram, triplicaram ou quadruplicaram”.

Lusa

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