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“Maioria dos médicos” pode não receber prémio de covid-19, denuncia a FNAM

O prémio aos profissionais de saúde que combatem a covid-19, ontem aprovado, “pode deixar de fora a maioria dos médicos”, denunciou hoje a Federação Nacional dos Médicos (FNAM).

A proposta do PSD, ontem aprovada em sede de especialidade do Orçamento Suplementar, não é “clara quanto à identificação dos profissionais” que serão abrangidos pelo prémio, no entender do organismo.

“O exercício da profissão médica acarreta riscos significativos, que não estão limitados à pandemia por covid-19. No contexto da atual pandemia, para além da maior penosidade do trabalho, os médicos têm sido expostos a um elevado risco de infeção por SARS-CoV-2. Em consequência, centenas de médicos já foram infetados e lamentamos a morte recente de um colega”, destacou a FNAM, em comunicado.

De acordo com a proposta, o prémio destina-se aos profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que durante o estado de emergência tenham praticado, de forma continuada e relevante, atos diretamente relacionados com suspeitos e doentes infetados por covid-19.

Para a FNAM, todos os profissionais, mesmo que em instituições ou unidades não exclusivamente dedicadas à covid-19, “têm tido um papel crucial na resposta à pandemia”, não só assegurando o atendimento a doentes com coronavírus, como também mantendo a prestação de cuidados a todos os restantes utentes.

“A atribuição pontual de um prémio de desempenho e de majoração de dias de férias em 2020 não compensa de forma justa” o risco a que os médicos estão sujeitos, insistiu a FNAM.

O organismo disse ainda esperar que o Governo “não venha criar desigualdades injustificáveis entre profissionais de saúde”.

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