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Magda Goebbels, a mãe modelo dos nazis, era judia

Magda Goebbels, considerada como “a mãe exemplar” do regime nazi, era judia. A descoberta sobre a mulher do ministro da Propaganda do regime de Hitler foi feita por um historiador, Oliver Hilmes, que encontrou, nos arquivos de Berlim sobre o Terceiro Reich, um cartão de registo que comprova a teoria.

Já se suspeitava há algum tempo de que Magda Goebbels, mulher de Joseph Goebbels, pudesse ser judia. A confirmação é feita agora, de forma oficial, com uma descoberta de um historiador.

Além de ministro da Propaganda, Joseph Goebbels era um dos mais influentes líderes nazis. Era visto por Adolf Hitler como membro de uma das famílias ideais do regime. Magda personificava, assim, o modelo de mãe perfeita, aos olhos do ditador.

Mas as origens da mulher do ministro da propaganda da Alemanha Nazi já tinham levantado suspeitas. E este assunto sempre apaixonou historiadores.

Um desses historiadores é Oliver Hilmes. Segundo conta o jornal alemão Bild, numa pesquisa realizada nos arquivos de Berlim, Hilmes descobriu um cartão de registo que comprova as origens judias da mulher que os nazis apontavam como modelo.

Coloca-se assim um ponto final nas dúvidas sobre a “mãe modelo do Terceiro Reich”. Por ironia do destino, era judia.

De acordo com aquele registo, Magda Goebbels nasceu em 1901 e foi registada como Johanna Maria Magdalena Behrendt, com o apelido da mãe, ainda solteira.

No mesmo ano, a mãe casa com um industrial alemão chamado Oskar Ritschel, que recusa adotar Magda.

Era um sinal precoce do que viria a suceder: o casamento fracassa quatro anos mais tarde.

Já em 1908, a mãe de Magda casa de novo, desta vez com Richard Friedländer, o pai biológico da menina. E quem era Richard Friedländer? Precisamente: judeu. Mas não só.

Richard Friedländer, que se tornaria sogro de Joseph Goebbels, passaria a ser também um dos mais influentes líderes do regime de Hitler.

E aqui encontra-se outra ironia do destino. O pai de Magda – judeu, não esqueçamos – foi um dos principais responsáveis pelas mortes ocorridas em campos de concentração.

Foi num campo de concentração que Friedländer viria a morrer, em 1938, ao contrário da filha, que poderia ter evitado a perda do pai, como mulher do ministro da Propaganda.

Nos seus diários, Joseph Goebbels faz uma alusão a um “facto horrível” descoberto sobre o passado da mulher Magda. Tratar-se-ia das suas origens judias, mas a informação ficou no silêncio dos deuses.

O resto da história de Magda é conhecido: entre 1932 e 1945, foi mulher de Joseph Goebbels. A 30 de abril de 1945, suicida-se com o marido.

Esta descoberta do historiador Oliver Hilmes cruza com outra história: uma revista nazi de 1935 apresentava um bebé como “o ariano ideal”. Só que esse bebé era afinal judeu.

Hessy Taft, a modelo, hoje com 82 anos, faz a revelação e conta ainda que a família fugiu dos nazis e estabeleceu-se nos EUA. Uma cópia da revista foi doada ao Museu do Holocausto de Israel.

Recorde essa história.

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