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Maëlys desapareceu há um ano. Lelandais escondeu homicídio por seis meses

Faz hoje um ano que Maëlys Araújo, então com 9 anos de idade, foi dada como desaparecida, durante um casamento em Pont-de-Beauvoisin (França). Só em fevereiro deste ano é que Nordahl Lelandais confessou o rapto e homicídio da menina lusodescendente.

O caso agitou as sociedades francesa e portuguesa. Desde as primeiras horas do dia 27 de agosto de 2017 que ninguém sabia da menor.

A polícia francesa emitiu um alerta. A teoria principal apontava para um rapto. Houve buscas nos terrenos envolventes, incluindo num lago (veja o vídeo abaixo).

Um ex-militar, Nordahl Lelandais, foi de imediato apontado como o principal suspeito. Negou tudo. E continuou a negar, sempre que detido para interrogatório.

O suspeito tinha desaparecido do casamento durante horas e, quando reapareceu, tinha o carro lavado. Disse à polícia que lavou a viatura porque pretendia vendê-la.

Sem provas, Nordahl Lelandais foi libertado. Mas as amostras recolhidas do carro continuavam a ser analisadas em laboratório.

A descoberta de ADN de Maëlys Araújo agravou as suspeitas. O ex-militar voltou a mentir, dizendo que a menina tinha ido brincar com os cães na parte de trás do carro… quando o sangue da menina tinha sido recolhido na parte da frente.

Nordahl Lelandais ficou em prisão preventiva. Continuou a negar tudo. E continuavam as buscas por Maëlys Araújo.

Durante meio ano, o suspeito negou sempre. Foram inquiridos os 180 convidados do casamento e outras dezenas de pessoas. E Nordahl Lelandais negou tudo

Só em fevereiro deste ano, cerca de seis meses após o desaparecimento da menina lusodescente, é que o ex-militar confessou os crimes.

Ao indicar o local onde tinha ocultado o cadáver, Nordhal Lelandais garantiu à polícia que a morte da menina tinha sido “acidental”. Porém, não foi capaz de explicar a razão do rapto e qual o “acidente” que provocou a morte.

“Ele disse que a morte de Maëlys foi acidental. Nordhal Lelandais levou-nos até ao local onde escondeu o corpo. Ainda há muitas questões que ele terá de responder. Acho que ele continuará a dizer a verdade”, adiantou, a 14 de fevereiro, o procurador Jean-Yves Coquillat.

Jennifer Cleyet Marrel, a mãe de Maëlys, reagiu com uma mensagem tocante, pedindo desculpa à filha por não a conseguir proteger “desse predador”.

“Demorou cinco meses e meio para que esse monstro finalmente falasse. Você é o assassino da minha filha: Maëlys irá assombrá-lo noites e dias na prisão até você morrer e ir para o inferno”.

A decisão judicial não deverá ser conhecida este ano, uma vez que o julgamento deverá prolongar-se até 2019.

Se Nordhal Lelandais for condenado pelo sequestro e homicídio da criança, incorre numa pena de prisão perpétua.

Se provar que o homicídio foi involuntário, a pena máxima que o ex-militar pode apanhar é de 20 anos de prisão.

Veja o vídeo.

https://playbuffer.com/watch_video.php?v=GKB8251A685U

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