Miguel Albuquerque é o candidato “da maçonaria para rebentar” o PSD “por dentro”. A acusação é do Jornal da Madeira, periódico do Governo Regional, para o qual o presidente da Câmara do Funchal será um mau sucessor de Alberto João Jardim.
A ‘guerra’ fratricida no PSD-Madeira está a subir de tom. Depois de Miguel Albuquerque – o antigo ‘delfim’ de Alberto João Jardim que passou a ser visto como um opositor eterno – ter anunciado a candidatura à presidência do núcleo regional ‘laranja’, o Jornal da Madeira (JM), periódico que é propriedade do Governo Regional liderado por Alberto João Jardim, acusou-o de ser “o instrumento ideal da maçonaria para rebentar” o partido “por dentro”.
Considerando que o atual presidente da Câmara do Funchal está a ser “usado” pela maçonaria e pelo grupo Blandy, proprietário do DN do Funchal (órgão ‘oficioso’ da oposição ao Governo Regional), o JM cita fontes anónimas “no seio dos social-democratas” para considerar a candidatura como “uma manobra mal calculada”, feita com o intuito de “claramente atingir o PSD-Madeira”.
“Diz-se no PSD que o pior que pode suceder a Miguel Albuquerque é este aparecer como o candidato dos Blandys”, refere o artigo, aludindo às ligações familiares de Albuquerque com o grupo detentor do jornal concorrente: “o seu irmão é enólogo numa empresa do proprietário do DN”.
“Setores ligados às cúpulas ‘laranja’ avisam”, anonimamente e por intermédio do JM, que “Miguel Albuquerque corre o risco de ficar a falar isolado, pois não só o líder do partido Alberto João Jardim não costuma discutir em público questões relacionadas com o PSD-Madeira, como também já Miguel Albuquerque ficou mal na fotografia com a aproximação ao CDS nas últimas eleições regionais”. E complementam que o autarca do Funchal “se arrisca agora a ficar pior, pois está a dar impressão de se querer aproveitar pessoalmente das dificuldades da conjuntura atual”.
O JM adianta ainda que o congresso do PSD-Madeira “deverá ocorrer apenas depois das eleições autárquicas de 2013”, previstas para outubro, “sendo que a reunião magna terá lugar ou até final de 2013 ou início de 2014″. Além de induzir a ideia de que Miguel Albuquerque terá avançado demasiado cedo, o jornal do Governo Regional admite a existência de contactos, por vário “setores do partido”, para convencer Jardim a recandidatar-se ao cargo.
