O presidente francês, Emmanuel Macron, manifestou hoje o “imenso orgulho” em relação à vitória do “não”, por 56,4 por cento, no referendo sobre a independência da Nova Caledónia, território ultramarino francês situado na Oceânia, no Pacífico.
“É com imenso orgulho que passámos em conjunto esta etapa histórica”, disse Macron numa declaração televisiva, depois de saber que a Nova Caledónia tinha escolhido permanecer francesa.
E prosseguiu: “Eu também quero mostrar o orgulho do Chefe de Estado, pois a maioria dos caledónios escolheram a França”.
“Não havia outra solução senão a via do diálogo”, salientou Emmanuel Macron.
O líder independentista Alosio Sako, comentando os resultados, disse que “o povo [da Nova Caledónia] despertou” e que ficaram “a dois palmos da vitória”, pelo que reclamariam um novo referendo nos próximos dois anos para “confirmar a curva ascendente” do independentismo.
De acordo com os dados definitivos oficialmente divulgados, os eleitores da Nova Caledónia rejeitaram hoje por 56,4 por cento dos votos a independência do território ultramarino francês, num referendo que teve uma participação de 80 por cento dos eleitores inscritos.
Cerca de 175 mil eleitores do arquipélago francês localizado no Pacífico, colonizado em 1853 e com importantes reservas de níquel, foram chamados a dizer se querem ou não que “a Nova Caledónia aceda à plena soberania e se torne independente”.
O referendo decorreu sem incidentes de relevo, mas os separatistas ganharam terreno face aos resultados previstos pelas sondagens.
Para os independentistas, a derrota não significou o final do seu projeto, pois os acordos de Noumea, celebrados em 1998, preveem que se façam outros dois referendos nos próximos quatro anos.
Os partidários da independência, que têm o seu principal apoio entre a população autóctone, os kanaks, que são os setores mais pobres da sociedade, podem exigir mais dois referendos nos próximos quatro anos, ao mesmo tempo que, na sua condição de ex-colónia, mantêm o direito de autodeterminação reconhecido pela ONU.
Os unionistas, maioritários entre os colonos, consideram que a independência levaria a Nova Caledónia a cair sob a influência da China.
O primeiro-ministro, Edouard Philippe, vai reunir-se na segunda-feira com as principais forças políticas da Nova Caledónia para analisar os resultados.
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