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Macbeth assinala os 50 anos do Teatro Experimental de Cascais

É com a icónica peça ‘Macbeth’, encenada por Carlos Avilez, que Teatro Experimental de Cascais (TEC) assinala meio século nos palcos. Em comunicado, a companhia convida os amantes do teatro “a celebrar os 50 anos de atividade ininterrupta”.

E porquê a obra de Shakespeare para festejar os 50 anos? Sendo “um texto denso” é “uma forma dignar” de assinalar o cinquentenário.

“É um texto denso sobre o poder e a ambição e insere-se na linha de textos apresentados por esta companhia (fundada a 13 de novembro de 1965) ao longo destas décadas, de acordo com as suas linhas estéticas e as do encenador”, justificou Avilez, que assinou o comunicado enviado à Lusa.

Para Miguel Graça, o autor da versão que é levada a cena, trata-se da “obra mais negra de Shakespeare, a mais cruel”, pois “o retrato que o maior dramaturgo de sempre faz da humanidade é pintado a sangue e não a esperança”.

“No final, é o mal que prevalece”, assinalou a companhia por onde já passaram atrizes como Mirita Casimiro, Maria Albergaria, Zita Duarte, Alina Vaz, Anna Paula ou Eunice Muñoz.

A produção é “exigente” e o elenco foi “reforçado” para este ‘Macbeth’: “Aos atores veteranos do TEC – Teresa Côrte-Real, Luiz Rizo e Sérgio Silva – pretendíamos juntar atores de exceção para os principais papéis, Marco d’Almeida e Flávia Gusmão”.

Estes dois regressam assim ao palco do Teatro Mirita Casimiro, no Monte Estoril, passados alguns anos.

Do elenco fazem parte também ex-alunos da Escola Profissional de Teatro de Cascais, “importantes para esta casa e que, de uma forma simbólica, juntam-se a este acontecimento”.

Carlos Avilez salientou também as participações de Paula Lobo Antunes, no papel de Lady MacDuff, Cláudia Semedo, Lídia Muñoz e Raquel Oliveira, nos papéis das bruxas, de Pedro Caeiro, no papel de Banquo, e ainda de João Jesus, distinguido com o Prémio Sophia de Melhor Ator, da Academia Portuguesa de Cinema, na personagem Malcolm.

“São atores com percursos profissionais exemplares” e que “dão garantia de qualidade”, atestou o encenador.

Para Miguel Graça, ‘Macbeth’ é a maior tragédia de William Shakespeare: “O rótulo de ‘peça maldita’, graças aos muitos incidentes que ao longo dos anos têm povoado a apresentação dos espetáculos – morte de atores em cena, incêndio de teatros, [como aconteceu em 1964, com o Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa] –, ajudou à criação do mito da tragédia, uma história simples e crua, que relata a ascensão e queda do casal Macbeth, que decide conscientemente assassinar o rei Duncan, legítimo soberano da Escócia, para ascender ao poder”.

A tragédia de Shakespeare, apresentada pela primeira vez em abril de 1611, “é na verdade um estudo sobre o mal e a ambição, uma viagem pela possibilidade da não consequência das nossas ações, pela impunidade que nos levaria de forma inevitável a cometer os crimes mais horrendos, se tivéssemos como garantia a recompensa e não a punição”.

O Teatro Experimental de Cascais foi criado a 13 de novembro de 1965.

Redação

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