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Macau investiu 1,4 mil milhões em metro que só tem menos de metade das linhas prontas

Uma auditoria à construção do metro de superfície concluiu que as autoridades de Macau já adjudicaram trabalhos no valor de 1,4 mil milhões de euros, mas que apenas menos de metade das linhas estão concluídas.

No relatório, divulgado na quinta-feira, sublinha-se que inicialmente estava prevista a construção de 21 estações, que a primeira fase teria 21 quilómetros de extensão e que o metro entraria em funcionamento em 2014, mas que apenas a linha da Taipa deverá ser inaugurada em 2019.

“As sucessivas falhas, atrasos, incumprimentos da lei, não aplicação de multas e desconsideração das boas práticas internacionais relativas à gestão e fiscalização das empreitadas de obras públicas de grande escala levaram aos atrasos sucessivos das obras”, fazendo com que tanto a estimativa do custo, como o prazo de conclusão (…) se desviassem substancialmente”, pode ler-se no relatório.

A única linha pronta é a da Taipa, com uma extensão de 9,3 quilómetros, que corresponde a 44,28 por cento do inicialmente previsto, enquanto “na linha de Macau foram somente iniciadas obras preliminares na estação da Barra”, segundo o mesmo documento.

Na auditoria ainda se destaca que apenas cinco dos 11 traçados previstos para o curto prazo estarão concluídos, na melhor das hipóteses, em 2026, não existindo data definida para os restantes.

Em julho, o orçamento do metro de superfície de Macau, obra pública idealizada há mais de 10 anos, foi revisto em alta para 1,7 mil milhões euros, um valor que deve ainda aumentar, disseram então as autoridades.

Os números avançados em junho de 2016 pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, apontavam para um orçamento de 1,1 mil milhões de euros para o segmento da ilha da Taipa, cujo início de funcionamento chegou a estar previsto para 2017.

O novo valor foi acordado numa reunião entre o Gabinete para as Infraestruturas e a Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas.

O projeto do metro de superfície sem condutor divide-se entre a linha da Taipa e a da península de Macau.

O metro constitui uma das principais obras públicas desde a transferência do exercício de soberania de Portugal para a China, em 1999, sendo descrito no Plano Geral de Desenvolvimento da Indústria do Turismo de Macau como a “espinha dorsal” para melhorar o trânsito no território.

Macau, com uma área de aproximadamente 30 quilómetros quadrados, tem uma população estimada em pouco mais de 648 mil habitantes, o que faz com que esteja no topo das regiões com maior densidade populacional do mundo. Anualmente, o território recebe mais de 30 milhões de visitantes.

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