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Luisão recorda chegada ao Benfica: “Entrei no vestiário e não havia um chuveiro normal”

Luisão voltou a sublinhar a gratidão ao Benfica, esta sexta-feira, numa entrevista concedida aos meios de comunicação do clube. O jogador recorda o momento em que chegou às águias, bem como alguns dos episódios mais marcantes durante os 16 anos em que serviu o clube.

“O que fica marcado para mim é que, quando cheguei, fomos treinar em Massamá, entrei no vestiário e não havia um chuveiro normal, apenas um cano”.

É desta forma que Luisão recorda a chegada ao Benfica, proveniente do Cruzeiro, “que tinha um centro de treinos do melhor que havia no país”.

A chegada a um clube “sem estrutura, um pouco estranho para aquilo que imaginava”, levaram Luisão a equacionar desistir.

“A primeira vontade que tive foi ligar para o meu empresário e dizer-lhe que aquilo que encontrei não era possível, que assim não dava. E aí o Presidente chamou-me e disse: ‘O que você encontrou aqui, daqui por uns anos não vai ser nada disso. A minha visão é esta: vou colocar o Benfica onde merece estar'”, revelou.

“Por isso valorizo tanto o nosso Presidente. Aconteceu tudo tal e qual como ele me falou naquele começo e não tem limites para finalizar”, assumiu o defesa.

Luisão revelou que foi essa “visão do presidente” que o fez ficar tantos anos no Benfica.

“Foi sempre ele que me acreditar num rumo, num sonho. Agora que encerrei a carreira, vejo que foi ainda melhor do que eu esperava. Estou-lhe muito grato”, afirmou.

O ‘Girafa’ recordou ainda dois episódios marcantes durante os anos que vestiu a camisola encarnada: a morte de Fehér e de Eusébio, um símbolo do Benfica e de Portugal.

“Fehér faleceu na época em que cheguei. Eu estava lesionado e falhei aquele jogo em Guimarães. Naquela altura eu morava sozinho. Assistia ao jogo pela televisão no meu apartamento e não sabia o que se estava a passar. Comecei a ficar depressivo, sabendo depois que ele faleceu. Aquela imagem ficou remoendo na minha cabeça. O armário dele no Estádio era ao lado do meu. No dia seguinte chegar lá, ver aquelas flores, a camisola, ir ao enterro dele… Foi muito complicado”.

Sobre o ‘Pantera Negra’, o antigo capitão das águias, sublinha que este fica “marcado na carreira por ter participado na apresentação”.

A morte de Eusébio, que aconteceu dias antes de um clássico frente ao FC Porto, foi um “renascer” do clube.

“Se não tivéssemos vencido aquele jogo, eu teria ficado muito triste. Mas não tinha como. Depois do falecimento dele, entrámos com uma força tão grande que, mesmo se jogássemos apenas com cinco jogadores, íamos ganhar”.

“Posso dizer que nesse dia, mais uma vez, o Benfica renasceu. Numa dificuldade, pela perda de uma pessoa que respeitávamos muito e por termos logo um clássico contra o FC Porto. A tendência seria haver uma nuvem negra sobre o nosso ambiente e as coisas não saírem, mas o que vivemos no balneário, a nossa mentalização, olhar para a camisola e ver que, além do Benfica, também estávamos a representar o Eusébio… Choveu muito no dia desse jogo, mas a cada dividida havia três jogadores nossos para um da equipa adversária. Ninguém nos segurava”, acrescentou.

Luisão terminou a carreira esta temporada, depois de 16 anos ao serviço do Benfica.

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