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Luís Grilo: “O mais importante para mim na vida além de correr é a família e o meu filho”

Três anos antes de ser morto, Luís Grilo, engenheiro informático e triatleta residente em Vila Franca de Xira, concedeu uma entrevista ao jornal ‘O Mirante’ onde falou da sua vida, família, trabalho e desporto.

A entrevista foi agora recuperada pelo jornal, dias depois da sua mulher, Rosa Grilo, e António Joaquim, alegado cúmplice e amante, terem sido detidos pela Polícia Judiciária. Encontram-se, neste momento, em prisão preventiva.

Nas várias temáticas abordadas na entrevista, Luís Grilo, morto aos 50 anos, falou abertamente sobre a família, incluindo a mulher, detida pela PJ.

“Ajudo a minha mulher na cozinha e se estiver sozinho não morro de fome. (…) Estamos um com o outro 24 horas por dia porque trabalhamos juntos e para que as coisas corram bem temos áreas bem definidas nas responsabilidades da empresa”, assumiu.

“O mais importante para mim na vida além de correr é a família e o meu filho. Espero poder vir a dar-lhe ferramentas para ele ter um bom futuro”, disse Luís Grilo.

O triatleta, que terá sido morto na sua residência, explicou levava o desporto a sério, como uma “questão de superação pessoal e de alcançar os objetivos a que me proponho”.

“O meu escape é tirar todos os dias uma hora para correr. (…) Não corro para as medalhas, corro para melhorar a minha capacidade de sacrífio e bem-estar pessoal. (…) Faz com que pensemos que não há impossíveis”, revelou.

Luís Grilo confessou que não gostava “de começar a trabalhar tarde” nem de “coisas feitas em cima do joelho”. Assumiu não gostar “da maior parte dos políticos, mas não me digam que são todos iguais”.

“Podemos ter aqui pessoas a nível local que vêm de outras áreas e fazem um bom trabalho, admito. Mas os políticos de carreira, que vivem agarrados à mama do Estado, não servem a ninguém. Infelizmente o português é um povo que idolatra o chico-espertismo. Somos capazes de votar livremente em pessoas condenadas em tribunal por corrupção”, afirmou.

Luís Grilo, de 50 anos, residente na localidade das Cachoeiras, no concelho de Vila Franca de Xira, desapareceu sem deixar rasto depois de sair para um treino de bicicleta.

O corpo viria a ser encontrado com sinais de violência mais de um mês depois do desaparecimento e em adiantado estado de decomposição, no concelho de Avis, distrito de Portalegre, a mais de 130 quilómetros da sua casa.

O cadáver foi encontrado perto de Alcôrrego, num caminho de terra batida, junto à Estrada Municipal 1070, por um popular que fazia uma caminhada na zona e que alertou o posto de Avis da GNR para esta ocorrência

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