Luanda acolhe exposição sobre vida e obra do escritor angolano Óscar Ribas

A Casa Museu Óscar Ribas, em Luanda, acolhe a 31 de agosto, uma exposição de artes plásticas, em homenagem a mais um aniversário do seu patrono e escritor angolano que teria completado a 17 deste mês 109 anos, se fosse vivo.

A mostra em homenagem àquele que foi uma das maiores fontes orais de Angola, intitulada “Óscar Ribas, Objetos, Rituais e Tradições”, vai reunir mais de 10 telas, produzidas com a técnica de óleo acrílico sob tela e vai prolongar-se até 17 de setembro.

Os quadros têm imagens dos objetos pessoais de Óscar Ribas e de cerimónias tradicionais retratadas nas suas obras literárias, preparados especialmente para a exposição por técnicos da área de museografia afetos à Casa Museu.

Óscar Bento Ribas nasceu a 17 de Agosto de 1909 em Luanda e morreu a 19 de Junho de 2004, filho de pai português, Arnaldo Gonçalves Ribas, e de mãe angolana, Maria da Conceição Bento Faria, tendo vivido também em Novo Redondo (atual Sumbe), Benguela, Ndalantando e Bié.

Escritor, etnólogo e ensaísta angolano, considerado o “fundador” da ficção literária em Angola, Óscar Ribas deixou um valioso legado literário, tendo recuperado muitos temas da tradição oral, filologia, religião tradicional e filosofia dos povos de língua quimbundu.

Ainda estudante do liceu, publicou “Nuvens Que Ficam Verdes” (1927) e “Resgate de uma Falta de Educação” (novela, em 1929), ao que se seguiram “Flores e Espinhos Uanga” (1950) e “Ecos da Minha Terra Natal” (1952) e “Uanga – Feitiço” (romance folclórico, 1955) e “Ilundo – Espíritos e Ritos Angolanos (1958).

Na década de 1960 publicou “Missosso” (três volumes – 1961, 1962 e 1964), “Alimentação regional Angolana” (1965), “Izomba – Associativismo e Recreio” (1965),

“Sunguilando – Contos Tradicionais Angolanos (1967), “Kilandukilu – Contos e Instantâneos” (1973) e “Tudo Isto Aconteceu – Romance Autobiográfico” (1975).

Após uma pausa de quase duas décadas, Óscar Ribas voltou aos livros com “Cultuando as Musas – Poesia (1992), ao que se seguiu o “Dicionário de Regionalismos Angolanos”.

O escritor, etnólogo e ensaísta angolano foi galardoado com inúmeras distinções, com destaque para os prémios Margaret Wrong (1955), de Etnografia do Instituto de Angola (1958) e Monsenhor Alves da Cunha (1962).

Óscar Ribas foi também distinguido como Membro Titular da Sociedade Brasileira de Folclore (1954), com a Medalha Oficial da Ordem do Infante, atribuída pelo Governo português (1962), com a Medalha Gonçalves Dias, pela Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (1968), e com o Diploma de Mérito da Secretaria de Estado da Cultura de Angola (1989).

Lusa

Partilhar
Publicado por
Lusa
Etiquetas: Angola

Artigos relacionados

Números do Euromilhões de hoje: Chave de terça-feira, 7 de maio de 2024

Conheça os resultados do sorteio do Euromilhões. Veja os números do Euromilhões de 7 de…

há % dias

Células estaminais promissoras no tratamento do Lúpus

O Lúpus Eritematoso Sistémico (LES) é uma doença autoimune em que o sistema imune ataca…

há % dias

Euro Dreams resultados: Chave do EuroDreams de segunda-feira

Euro Dreams Resultados Portugal: A mais recente chave do EuroDreams é revelada hoje. Conheça os…

há % dias

7 de maio, a Alemanha nazi rende-se na II Guerra Mundial

Sete de maio de 1945 assinala o princípio do fim da II Guerra Mundial, com a…

há % dias

Milhão: Onde saiu? Veja onde saiu o Milhão esta sexta-feira

Milhão: onde saiu hoje? Saiba tudo sobre o último código do Milhão de sexta-feira e…

há % dias

Asma, uma doença que merece todo o nosso respeito!

Artigo de opinião da Dra. Cláudia Ferrão – Núcleo de Estudos de Doenças Respiratórias da…

há % dias