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LSD altera o cérebro e este “funciona de forma mais simples”

cerebro lsd

Os cientistas conseguiram ‘fotografar’ um cérebro sob o efeito do LSD, uma das drogas mais poderosas que existem. É, para a investigação neurológica, um feito semelhante à descoberta do bosão de Higgs. “Funciona de forma mais simples”, refere o estudo, mas não necessariamente… melhor.

Dietilamida do ácido lisérgico. O composto conhecido pela inicial em inglês, LSD, tornou-se famoso a partir do final dos anos 60, quando da “expansão da mente” se passou a saber que os efeitos poderiam ser mais prejudiciais do que benéficos.

Mas, afinal, o que faz o LSD ao cérebro? Pela primeira vez, uma equipa de cientistas do Colégio Imperial de Londres (Inglaterra) conseguiu ‘fotografar’ os efeitos desta droga alucinogénia.

“Para a neurociência humana, isto é como ter descoberto o bosão de Higgs”, destacou o coordenador do estudo, Robin Carhart-Harris, referindo-se à importância das imagens obtidas para estudar a “matéria da consciência”, ou seja.

As imagens foram obtidas, ao longo de dois dias, durante um ensaio que envolveu 20 voluntários, divididos em dois grupos.

Um dos grupos bebeu uma infusão que continha 75 miligramas de LSD, servindo o outro grupo de controlo.

Com o recurso a três tipos de exames de neuroimagiologia, os cientistas obtiveram um mapa do cérebro com um esquema de cores que representava as diferentes atividades, cores essas que permitiram comparar os efeitos do LCD com o funcionamento de um cérebro ‘normal’.

Há uma zona do cérebro, chamada “rede neural por defeito”, que é muito ativa mesmo sem se relacionar com as restantes zonas. Esta atividade destaca-se ainda mais quando a pessoa ‘desliga’ as outras funções, como quando está a meditar.

Quando o cérebro está sob o efeito da dietilamida do ácido lisérgico, a coordenação no interior da “rede neural por defeito” baixa acentuadamente, o que comprova a ideia, argumentada pelos psicólogos, de que esta droga contribui para a “dissolução do ego”.

Os cientistas comprovaram ainda que o ritmo das ondas cerebrais alfa (as mais lentas e que costumam prevalecer nos momentos de repouso, como durante o sono) também enfraquece com o consumo do LSD.

Com esta droga, o cérebro “funciona de forma mais simples”, resumem os cientistas, o que não significa que funcione melhor: é certo que certas zonas ficam mais ativas, como o sistema visual, mas também mais propensas a… alucinações.

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