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Bloco interpreta palavras de Mário Soares como “luta contra a desistência”

francisco_louca1Francisco Louçã, líder do Bloco de Esquerda, saudou as declarações de Mário Soares, que defende a rutura do acordo de assistência financeira. “A mando da senhora Merkel, Portugal está a desistir do trabalhador, do emprego, da saúde pública. Ainda bem que há mais vozes que o dizem”, afirmou Louçã.

As palavras de Mário Soares foram bem acolhidas por Francisco Louçã. O líder do Bloco considera que é mais uma voz que se junta ao combate contra a “degradação” de Portugal, por imposição da troika, com políticas de “desistência”.

“Ainda bem que há mais gente que o reconhece. Ainda bem que há mais vozes que o dizem. Precisamos que no país inteiro haja muita gente que diga ‘é preciso mudar de rumo’”, afirmou Francisco Louçã, num comentário à entrevista de Mário Soares ao i.

“Quem não desistiu do emprego sempre teve de se bater contra a ideia da troika, que são as privatizações, o desemprego, a precariedade e a facilitação do abuso”, lembra Louçã, que insere as palavras de Soares nesse contexto.

O líder bloquista entende que o país “não pode continuar na degradação, na desistência” que se revela com o reconhecimento do programa de assistência financeira. “A mando da senhora Merkel, Portugal está a desistir do trabalhador, do emprego, da saúde pública. E isso não podemos permitir que aconteça”, sustenta.

Mário Soares, antigo Presidente da República e histórico do PS, considera que o secretário-geral do partido, António José Segur, deve desvincular-se do acordo rubricado com a troika. Soares justifica esta posição com o facto de “a austeridade não fazer sentido”. Por outro lado, sustenta, Portugal rubricou aquele acordo num cenário económico que “chegou ao fim”.

Nesta entrevista ao jornal i, Soares lembra que o cenário da economia mundial é diferente daquele que se verificava aquando do pedido de resgate e que a austeridade não resolverá os problemas do país e que existe um ciclo que terminou.

“Esse é o caminho. A austeridade, tal como a definem, não tem sentido”, alerta Mário Soares, que desvaloriza o facto de o Governo português rasgar um compromisso assumido, uma vez que “tudo evoluiu”, sendo que Portugal deve defender os seus interesses.

O líder parlamentar do PS também reagiu às palavras de Soares. Carlos Zorrinho assegurou que o PS tudo fará para que se cumpram as metas do memorando de entendimento.

“O Partido Socialista respeita sempre os seus compromissos. Nesse sentido, cumpriremos as metas do memorando”, disse Carlos Zorrinho, que falava à imprensa na Assembleia da República, num comentário à polémica entrevista de Mário Soares, que também já foi criticada pelo PSD.

Antes de Carlos Zorrinho, o PSD reagira às polémicas afirmações de Mário Soares. António Rodrigues revelou à Lusa que as palavras de Soares são “um exagero” que surgem numa altura em que “os mercados precisam de calma”.

António Rodrigues, vice-presidente da bancada do PSD, acusou Mário Soares de “incendiar a estabilidade” do país. Soares defendeu a rutura com os acordos estabelecidos com a troika, mas o PSD lembra que os mercados “precisam de calma”.

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