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“Ligaram-me do meu partido a pedir para me afastar de Bruno de Carvalho”, revela Hélder Amaral

Antigo deputado e voz ativa no universo sportinguista critica modo como a direção de Frederico Varandas lida com o anterior presidente e também a narrativa de que Bruno de Carvalho “era um monstro”. “Ligaram-me do meu partido a pedir para me afastar de Bruno de Carvalho”, revela.

O antigo deputado Hélder Amaral tem sido uma voz de oposição a Frederico Varandas, mas sustenta que o faz sem qualquer interesse e lembra que, quando não concordava com decisões da anterior direção do Sporting, liderada por Bruno de Carvalho, chegou a dizê-lo na cara. E reforça agora que o ex-presidente acabou por ‘cair’ fruto de uma campanha que lhe montaram.

Hélder Amaral sustenta que, com Bruno de Carvalho, sentiu um Sporting unido. “Os nossos adversários perceberam que o Sporting voltou a ter voz”, disse.

“Eu ia a reuniões e via os croquetes ao lado do povo sportinguista. Houve um momento em que estivemos todos juntos e fomos imparáveis. Hoje, já muita gente reparou no erro”, analisou, criticando o trabalho que vem sendo feito pela direção de Frederico Varandas no que respeita à forma como trata o anterior presidente.

“Esta direção fez todo o mandato contra Bruno de Carvalho”, lamentou Hélder Amaral, conhecido adepto leonino que lembra os associados do Sporting que o ex-presidente tem saído ‘limpo’ dos processos que lhe foram movidos na justiça.

Hélder Amaral falou sobre o processo Cashball e diz que “alguns embarcaram sem parar para pensar” e diz que tentou sempre desconstruir as “narrativas” por onde passou, nos espaços onde chegou a ser comentador.

O antigo deputado centrista elogia o trabalho feito por Bruno de Carvalho nomeadamente na construção do pavilhão João Rocha e da criação da Sporting TV,  lembrando a importância do canal para falar com os sportinguistas.

“A televisão passou a ser uma forma direta de falar com os sócios mas também de combate”, disse Hélder Amaral, elogiando a criação da Sporting TV.

Hélder Amaral referiu ainda que “Frederico Varandas deveria reconhecer que o clima, com os dados empolados, ao exagero de ter horas e horas de televisão a puxar pelos pequenos pormenores” acabaram por ser “um assassinato de carácter” a Bruno de Carvalho que conduziu à sua expulsão de sócio e da presidência.

“Fomos todos levados”, reconhece Hélder Amaral, em declarações no programa A União Faz a Força no Youtube, sublinhando que agora “toda a gente já deu conta de que exagerou”.

“Toda a gente arranjava uma tentativa para se afastar do homem”, disse, destacando que nem era um amigo de Bruno de Carvalho mas não se quis afastar pois percebeu que a coisa estava a ser “manobrada”.

“O Sporting está pior do que imaginamos”, disse, salientando que foi “corrido da Sporting TV” sob pretexto de “pacificar”.

“Estou à espera que os sportinguistas dos valores admitam que foi um erro. Toda a narrativa criada gerou um filme. Ligaram-me do meu partido a pedir para me afastar de Bruno de Carvalho. As pessoas achavam que era um monstro que não tinha amigos”.

Hélder Amaral diz que os processos de Alcochete e Cashball ajudaram a essa situação e não coloca de parte a atuação da equipa frente ao Marítimo, na Madeira, num desaire, dias antes do ataque à Academia do Sporting.

O conhecido adepto verde e branco diz que, em relação a este processo, quer saber o que irá fazer a direção liderada por Frederico Varandas.

“Tem de ser o primeiro a vir dizer que é preciso repor a verdade”, desafiou Hélder Amaral, apelando a que Varandas venha dizer algo sobre a reintegração de Bruno de Carvalho.

Depois de ser ilibado no processo de Alcochete, o relatório final da Polícia Judiciária (PJ) iliba os ex-responsáveis da SAD do Sporting no caso Cashball, sendo que o único arguido que não foi ilibado é precisamente Paulo Silva, empresário que em 2018 denunciou o caso, quando assumiu ter sido mandatado, através de intermediários, para corromper árbitros de andebol e jogadores de futebol adversários, de modo a favorecerem o Sporting.

De acordo com esse mesmo relatório final da PJ, “é possível verificar que Paulo Silva estabeleceu contactos com jornalistas no sentido de dar uma entrevista sobre os factos em investigação no qual terá sido estipulado uma contrapartida no valor de 30 mil euros (20 mil para falar de futebol e 10 mil por falar do andebol).”

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