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Liga Europa: ‘Olá City, nós somos o Sporting. Adeus’

sporting_adeptos_1Era a frase que provavelmente muitos jogadores do Sporting tinham vontade de proferir aos adversários de azul celeste, esta noite, na cidade inglesa. Leões tiraram da cabeça os milhões e agarraram-se a uma crença há muito desaparecida para os lados de Alvalade.

Com um Etihad Stadium ‘à pinha’, o Sporting chegou a Manchester como um pobre pedinte que chega a uma festa rica para a qual nem foi convidado, onde os milhões substituem normalmente outros valores, como a humildade. Humildade é aliás a palavra que melhor define esta segunda-mão dos oitavos de final da Liga Europa. O todo poderoso City havia ultrapassado o FC Porto numa eliminatória que terminou com 6-1, Mancini elevou a crista, fê-la crescer também em alguns dos seus jogadores, que diziam nem conhecer os jogadores do Sporting.

Pois bem, conheceram da pior forma possível, ou da melhor, vistas as coisas pelo lado português.

No 11 de Sá Pinto uma alteração forçada, saída de Elias, o médio não pode atuar na Liga Europa por já ter esta época defendido as cores do Atlético de Madrid na mesma prova, e entrada de Pereirinha. Desde cedo se percebeu a ideia do leão, além de esperada, era também lógica. Com a vantagem de 1-0 na primeira-mão, era o City que tinha de ir para cima. O Sporting apostava em Capel e Izmailov para rasgos de contra-ataque. No meio-campo, Matias Fernández e Schaars foram mestres do toque de bola para Pizarro’s, Touré’s e companhia.

A primeira explosão na bancada de topo sucede 33 minutos. Matias, de livre, trocou as voltas a Hart e fez o primeiro. Antes, aos 25, já o árbitro tinha ajuizado de forma polémica, no mínimo. Dentro da área, Pizarro toca na perna do chileno, que quis mascarar em demasia a queda e acabou por ver cartão amarelo.

Para o Sporting, ir a vencer por 1-0 para o balneário não era algo impensável, impensável era ir a vencer por mais do que isso. Contudo, visto o desenrolar do jogo, nada de admirar. Combinação de Pereirinha e Izmailov na direita, cruzamento do russo e estava feito o segundo, por Ricky Van Wolfswinkel, o Etihad Stadium gelava cada vez mais, e só os leões na bancada atrás de Patrício pareciam ter transportado o calor que se fez sentir nos últimos dias em Portugal. Os jogadores recolhiam para intervalo, e eram precisos quatro golos dos ‘Cityzen’ para dar a volta à eliminatória.

Se o Sporting fez tudo bem na primeira parte, só não fez tudo mal na segunda por acabou no final por passar aos ‘quartos’ da Liga Europa. O City, em pouco mais de 20 minutos, dá uma cambalhota no jogo. Golos de Kun Aguero, aos 60 e 82, e mais um de Balotelli pelo meio, aos 75.

Nos 15 minutos finais, o City parece ter conseguido conhecer os leões, desceu à terra, correu e lutou pela vitória num jogo de futebol normal, sem olhar a ordenados, orçamentos, e compreendeu que a bola é redonda, e por muito cara que até seja, ganha quem a souber tratar melhor.

Vitória de nível europeu para o Sporting, que mesmo saindo derrotado de Manchester, passa a eliminatória e dá-se a conhecer, à Europa não que até já os conhecia, mas sim a um City que ficou esta noite pequenino ao lado dos enormes leões, de raça Sá Pinto.

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