Nas Notícias

Liga acredta que Governo “pode fazer mais e melhor” na área da prevenção primária do cancro

O presidente do Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro defendeu hoje que o Governo “pode fazer mais e melhor” na área da prevenção primária da doença, designadamente desbloqueando verbas já orçamentadas para equipar hospitais.

“O Governo pode fazer mais e melhor, sobretudo em relação à prevenção primária”, afirmou Vítor Veloso, em declarações à Lusa, a propósito de um encontro de colaboradores do Núcleo Regional do Norte da Liga, que hoje termina em Viana do Castelo.

Segundo o responsável, na área da prevenção primária, o Governo “devia libertar as verbas orçamentadas e que neste momento não são desbloqueadas”, para dotar os hospitais, sobretudo os do interior do país, “com mais recursos e maquinaria”.

“Praticamente todos os hospitais especializados estão na periferia”, disse, referindo que não entende “que Vila Real tenha um único acelerador [linear], devia ter pelo menos dois [aparelhos para radioterapia] (…)”.

“Ainda há pouco tempo o aparelho avariou (…). Para nós, isso é inconcebível, é um mau planeamento, é um mau serviço que o Estado está a prestar à população e tem de dar mais para os hospitais do interior, e os munir dos recursos adequados”, acrescentou.

O médico referiu que “no litoral está tudo bem, mas a verdade é que nos hospitais do interior [a situação] é diferente” e os doentes oncológicos “têm de se deslocar inutilmente”.

Dotar as unidades hospitalares com os equipamentos necessários “custa dinheiro inicialmente”, mas permitiria ao Estado “economizar muito” a longo prazo, porque “tratar um cancro avançado é terrivelmente mais caro do que tratar um [em fase] inicial”, afirmou.

Esta é também uma questão de “diminuição da mortalidade”, disse, exemplificado que, no Norte, o rastreio ao cancro da mama permitiu diminuir a mortalidade em 25 por cento.

Vítor Veloso defendeu também que o Governo deveria “interferir diretamente, publicar leis muito mais agressivas”, para travar ‘lobbies’ que diz existirem.

“As companhias de seguro, os bancos e os empregadores não podem só receber lucros, têm também de ter um papel social importante neste tipo de doente”, sublinhou.

Segundo o responsável, os “‘lobbies’ existentes” estão “todos os dias a ignorar e a calcar os direitos [dos doentes oncológicos] que estão preconizados em lei” e muitas vezes só através de apoio jurídico dado pela Liga esses direitos são alcançados.

Sobre o encontro de colaboradores em Viana do Castelo, Vítor Veloso afirmou que, além do debate sobre como será possível combater “as grandes barreiras” que existem para assim “ajudar mais os doentes e estar mais próximo dos doentes”, foi também abordada a necessidade de como “fazer com que a Liga continue a ser a organização não-governamental com maior notoriedade”.

“Não somos só Liga do Instituto Português de Oncologia (IPO), somos Liga para todos os doentes oncológicos do país. Queremos disseminar os princípios da prevenção primária e sabemos que os panfletos já não têm o peso que tinham”, referiu, acrescentando ser preciso outro tipo de marketing e entrar mais nas redes sociais, para assim chegar a todos e passar a mensagem da importância em “apostar na prevenção primária e nos diagnósticos precoces”.

Em destaque

Subir