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Líderes parlamentares condenam palavras de Ventura

A conferência de líderes parlamentares associou-se hoje “por esmagadora maioria” à condenação expressa pelo presidente da Assembleia da República às “declarações xenófobas” do deputado do Chega, André Ventura, e decidiu colocar “um ponto final” num “episódio infeliz da democracia”.

Em declarações sucessivas aos jornalistas no parlamento, esta mensagem foi transmitida pelos representantes do PS, BE, PCP, PAN e PEV na conferência de líderes, salientando que a posição de Ferro Rodrigues mereceu a concordância de “todos os grupos parlamentares”.

Questionados sobre as iniciativas de voto de condenação que já tinham anunciado, quer o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, quer o vice-presidente da bancada do PS Pedro Delgado Alves consideraram “desnecessário” prosseguir o processo, que só serviria para “amplificar” as declarações de André Ventura.

Por seu lado, o deputado do Chega demarcou-se das declarações de Ferro Rodrigues e da posição da conferência de líderes e afirmou que não iria pedir desculpa pelas afirmações que fez, uma vez que não as considera ofensivas.

Esta semana, Joacine Katar Moreira apresentou uma proposta para a restituição de património existente nos museus portugueses aos países de origem das antigas colónias de Portugal e, em reação, o líder do Chega propôs que a deputada do Livre seja “devolvida ao seu país de origem”.

O presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, considerou hoje que as “declarações xenófobas” do deputado do Chega, André Ventura, sugerindo a deportação da deputada do Livre, Joacine Katar Moreira, “merecem a mais veemente condenação”.

“Eduardo Ferro Rodrigues, enquanto cidadão e presidente da Assembleia da República, considera lamentáveis as declarações xenófobas proferidas pelo deputado do Chega sobre a deputada Joacine Katar Moreira. São afirmações que merecem a mais veemente condenação”, escreveu o presidente do parlamento, numa nota enviada à agência lusa.

Na mesma nota, Ferro Rodrigues deixa ainda um aviso: “O ódio não pode ser arma na política”.

“E não o será na Assembleia da República, órgão de soberania que é fiel aos valores da democracia e da tolerância”, acrescenta.

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