Economia

Líderes europeus atenuam pressão sobre Zona Euro, Grécia e… Portugal

bruxelasCimeira dos chefes de Governo dos 17 países da Zona Euro, em Bruxelas, decide um perdão de dívida à Grécia, uma nova ajuda financeira de 100 mil milhões de euros para os helénicos, a recapitalização dos bancos internacionais e um reforço do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF). As bolsas reagiram positivamente a este pacote de medidas e a moeda única valorizou, relativamente ao dólar.

Ao cabo de dez horas de reunião, os líderes dos países da Zona Euro encontraram um caminho que vai permitir a recapitalização da banca e evitar o colapso económico da Grécia, que vai beneficiar de um perdão de dívida e de um pacote de 100 mil milhões de euros.

Este plano foi acordado na madrugada de hoje e provocou um despertar da economia da Zona Euro, com as bolsas a reagir positivamente e a moeda única a valorizar face ao dólar: um euro valia 1,4 dólares.

O Fundo Europeu de Estabilidade Financeira é reforçado até ao montante de cerca de um bilião de euros, enquanto os bancos vão ter de recorrer a capitais privados para se recapitalizarem em nove por cento e enfrentarem as perdas resultantes do perdão de metade da dívida grega.

Os bancos queriam apenas um perdão de 40 por cento, o que prolongou a reunião em Bruxelas, mas cederam perante a insistência dos países da Zona Euro. Ao mesmo tempo, foram criados mecanismos para garantir vigilância financeira mais apertada, para evitar novas crises.

O investimento da banca na dívida soberana da Grécia provoca esta perda. O Instituto Financeiro Internacional terá a seu cargo a missão de fazer cumprir a diretiva de recapitalização das instituições bancárias.

Este acordo alcançado em Bruxelas permite que Portugal evite um novo programa de resgate, segundo o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, que dias antes temera que todos os esforços do Governo e dos Portugueses pudessem não ser suficientes.

A reunião dos chefes de Estado representa um balão de oxigénio para uma Europa em risco de queda, com a Grécia a fazer tremer as economias e a abrir portas ao colapso sistémico. Passos Coelho considera que esta reunião permitiu à Europa criar instrumentos suficientes.

“Se tudo o que foi aprovado em matéria de recapitalização funcionar, como esperamos, temos razões para, com moderado otimismo, acreditar que os próximos tempos vão trazer a normalização da Zona Euro”, afirmou Passos Coelho.

“Admiti, teoricamente, de o programa ser reforçado, caso a situação da Grécia não fosse resolvido. Saio daqui com a expetativa de que a situação da Grécia se venha a resolver, pelo que não necessitaremos de nova ajuda”, referiu ainda o chefe de Estado português, que garantiu que Portugal “vai atingir as metas do défice.”

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