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Líder da Renamo promete combater a corrupção

“Queremos acabar com a corrupção e só a Renamo pode mudar a situação deste país”, disse o líder da Renamo, falando durante uma passeata pelas principais avenidas de Maputo, logo depois de aterrar no Aeroporto Internacional de Maputo, após uma viagem de trabalho a Portugal.

Para Ossufo Momade, é hora de Moçambique conhecer uma mudança em todos níveis e o combate contra a corrupção deve ser uma prioridade.

“Hoje o país está de joelhos e isso não nos dignifica. Diariamente acompanho que fulano já entrou [está preso], é assim mesmo?”, questionou o líder da Renamo, em alusão às últimas detenções de dirigentes e governantes suspeitos de casos de corrupção.

Ossufo Momade criticou também a atuação dos órgãos de justiça, considerando que é preciso responsabilizar os altos quadros envolvidos em casos de corrupção.

“Estão a prender peixinhos enquanto os tubarões estão lá. Nós queremos que os tubarões entrem também”, frisou o presidente da Renamo.

Além do combate à corrupção, Ossufo Momade prometeu emprego para a juventude em Maputo.

“O jovem tem de ter emprego para dignificar a sua família. Por isso, é nossa obrigação criar postos de emprego para todos os jovens”, concluiu o líder da Renamo.

Ossufo Momade, 58 anos, foi eleito novo presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) em janeiro deste ano, após a morte, em maio de 2018, do líder histórico da principal força de oposição, Afonso Dhlakama.

Momade milita na principal força da oposição moçambicana desde a sua captura pelo movimento, em 1978, no distrito de Ribáue, província de Nampula.

General e bem conhecido no partido, é retratado como um homem discreto e não se lhe conhece nenhuma intervenção pública enquanto deputado da Assembleia da República (AR).

Ossufo Momade arranca com a campanha eleitoral ensombrado por uma crise interna provocada pela contestação à sua liderança pela autoproclamada Junta Militar, que congrega uma fação do braço armado da organização.

Mariano Nhongo, general da Renamo e líder da junta, ameaça fazer descarrilar o processo eleitoral, através de ações de violência armada, caso as reivindicações do grupo não sejam atendidas.

Além de Ossufo Momade, às presidenciais concorrem Filipe Nyusi, chefe de Estado moçambicano e candidato da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, Daviz Simango, do Movimento Democrático de Moçambique, terceira força política no parlamento, e o candidato do partido extraparlamentar Ação do Movimento Unido para a Salvação Integral (AMUSI), Mário Albino.

As eleições gerais de 15 de outubro vão, pela primeira vez, escolher os governadores das 10 províncias do país, que sairão dos cabeças-de-lista dos partidos concorrentes.

A eleição dos governadores provinciais é uma novidade que decorre da aprovação de um novo pacote de descentralização, no âmbito das negociações para o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional de Maputo, assinado entre o Governo e a Renamo no dia 06 de agosto.

A CNE estima o custo das eleições em 14,6 mil milhões de meticais (203,3 mil milhões de euros) e o Governo já assegurou 56 por cento do orçamento, enfrentando um défice de 44 por cento.

Na quinta-feira, o porta-voz da CNE, Paulo Cuinica, disse à Lusa que o órgão aprovou 180 milhões de meticais (2,6 milhões de euros) para os 26 partidos concorrentes, uma verba que será canalizada por etapas.

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